Apple tomba e arrasta mercados, mas Bolsa brasileira sustenta recorde

O Ibovespa, principal índice acionário do país, subiu 0,61%

© Reuters

Economia otimismo 03/01/19 POR Folhapress

 

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O tombo de 10% no preço das ações da Apple, reflexo na previsão de receita menor que a esperada até então, arrastou os mercados mundiais para um novo dia de perdas expressivas nesta quinta-feira (3).

No Brasil, porém, o otimismo com o início do governo Bolsonaro deu força para a Bolsa fechar bater recorde pelo segundo dia consecutivo.

O Ibovespa, principal índice acionário do país, subiu 0,61% e fechou o pregão a 91.564 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,194 bilhões, acima da média diária do último ano. O dia foi de forte oscilação de preços, e o mercado chegou a passar boa parte do pregão no negativo, contagiado pelo exterior. A guinada para o azul ocorreu ao final da sessão.

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No noticiário doméstico, o destaque foi a afirmação do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de que a proposta de reforma da Previdência será apresentada pelo ministro Paulo Guedes (Economia) até a próxima segunda (7).

A reforma da Previdência é vista como crucial pelo mercado financeiro para o reequilíbrio das contas públicas, e, desde a eleição de Bolsonaro, investidores alimentavam expectativa de que ela fosse apresentada logo no começo do mandato, para sinalizar compromisso com o tema.

No entanto, o mercado local foi contido pelo exterior turbulento. As ações da Apple tombaram nesta quinta após a companhia estimar receita menor no primeiro trimestre fiscal de 2019, encerrado em dezembro. A empresa divulga resultados no final do mês.

A previsão materializa o temor disseminado pelos mercados desde meados de setembro do ano passado, quando investidores passaram a temer o impacto da desaceleração da economia global sobre os ativos.

Havia ainda temor sobre empresas americanas dos efeitos da guerra comercial travada entre Estados Unidos e China, e a Apple se torna um indicativo de que isso pode ocorrer a mais companhias.

Em uma carta a investidores publicada na noite de quarta (2), Tim Cook, presidente da empresa, listou quatro motivos para o corte na projeção, o principal deles a redução das vendas no mercado chinês.

"Embora tenhamos antecipado alguns desafios nos principais mercados emergentes, não previmos a magnitude da desaceleração econômica, particularmente na Grande China", escreveu.

Com o tombo, a Apple, que em agosto chegou a valer US$ 1 trilhão (R$ 3,75 trilhões), passa a ser a quarta empresa mais valiosa, atrás de Microsoft (US$ 752,8 bilhões ou R$ 2,8 trilhões), Amazon (US$ 733,6 bilhões ou R$ 2,8 trilhões) e Alphabet (US$ 709,7 bilhões ou R$ 2,7 trilhões).

O reflexo do dia negativo foi a forte queda das Bolsas americanas: o Dow Jones perdeu 2,83%, a Nasdaq caiu 3,04%, e o S&P 500 recuou 2,48%.

Com o cenário ruim nos EUA, moedas emergentes tiveram um desempenho misto. De uma cesta de 24 divisas, 15 delas avançaram sobre o dólar. Ante o real, o dólar caiu 1,46% e fechou a R$ 3,7550, no menor patamar desde a metade de novembro.

Jefferson Laatus, operador do mercado e sócio do Grupo Laatus, que forma profissionais, diz que a sinalização o acordo do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro, para apoiar Rodrigo Maia (DEM) à reeleição na Câmara, sustenta o otimismo no mercado local.

Para além do otimismo, o mercado local ganhou alívio com o fim das remessas de multinacionais ao exterior, movimento típico de dezembro e que costuma fazer o dólar avançar sobre o real.

Para conter a pressão, o Banco Central fez operações de venda de moeda com compromisso de recompra. Com informações da Folhapress.

 

 

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