© REUTERS/Darrin Zammit Lupi
Um dos 32 migrantes a bordo do navio da ONG Sea Watch, bloqueado no Mediterrâneo desde 22 de dezembro, se atirou no mar para tentar chegar à costa de Malta a nado.
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O homem, no entanto, logo percebeu que não conseguiria nadar os poucos quilômetros que o separavam da orla e decidiu retornar à embarcação humanitária. "É um ato que dá a medida do desespero das pessoas socorridas", disse um funcionário da ONG.
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O navio teve autorização para entrar em águas territoriais de Malta e receber auxílio médico, mas o pais negou permissão para o desembarque dos migrantes, assim como Alemanha, Espanha, Holanda e Itália.
O grupo foi socorrido no dia 22 de dezembro, na costa da Líbia, um mês depois de a Sea Watch ter retomado suas operações no Mediterrâneo, apesar das pressões do governo italiano contra as ONGs. As organizações humanitárias acusam o país africano de violar os direitos de deslocados externos e de não ter condições de gerir a crise migratória.
Pelas normas internacionais, pessoas resgatadas no mar devem ser levadas para o porto seguro mais próximo, tarefa que recairia sobre Itália ou Malta, já que a ONG julga que a Líbia não oferece condições mínimas de segurança. Os dois países, no entanto, fecharam os portos para indivíduos tirados do mar.
A Guarda Costeira líbia é equipada e treinada pelas autoridades italianas, em uma forma de capacitá-la para realizar resgates no Mediterrâneo e impedir que migrantes e deslocados internacionais cheguem ao país europeu.
O desembarque dos migrantes resgatados pela Sea Watch está sendo discutido pela União Europeia, mas os Estados-membros ainda não chegaram a um acordo sobre quem os acolherá.
Em uma mensagem nas redes sociais, o escritor Roberto Saviano, autor de "Gomorra", cobrou o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, a quem chamou de "palhaço". "Me dirijo a Matteo Salvini. Pare de dar uma de palhaço sobre a pele das pessoas. Abra os portos. Basta com essa propaganda grosseira, basta de fazer campanha eleitoral sobre as peles dos necessitados", disse. (ANSA)