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O ministro da Justiça da Itália, Alfonso Bonafede, convidou seu novo homólogo brasileiro, Sérgio Moro, para visitar Roma e discutir "as bases da cooperação judiciária bilateral entre os dois países".
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Em um longo post no Facebook, Bonafede, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), elogiou o discurso de posse de Moro no Ministério da Justiça e da Segurança Pública, no qual ele citou os "juízes heróis" Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, assassinados pela Cosa Nostra em 1992.
"Senti verdadeiramente uma grande emoção ao ouvir Sérgio Moro, novo ministro da Justiça do Brasil, pronunciar os nomes de Giovanni Falcone e Paolo Borsellino", escreveu Bonafede, citando trechos do discurso do ex-ministro.
"Por isso, ontem [4] assinei uma carta endereçada ao ministro brasileiro e na qual - além de manifestar-lhe estima e apreço - o convido a Roma para colocar as bases do reforço da cooperação judiciária bilateral entre nossos dois países, por meio de uma troca de ideias e de um debate entre nossas experiências, e para iniciar uma colaboração mais geral sobre todos os temas da justiça", acrescentou o italiano.
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Em seu discurso de posse, Moro citara o país europeu como exemplo de combate ao crime organizado, tema colocado como um de seus principais desafios no cargo. "O remédio é universal, embora nem sempre de fácil implementação: prisão dos membros, isolamento carcerário das lideranças, identificação da estrutura e confisco de seus bens. […] Na Itália, a aura de invencibilidade da Cosa Nostra siciliana foi quebrada graças aos esforços conjuntos da polícia, do Ministério Público e de magistrados, entre eles os juízes heróis Giovanni Falcone e Paolo Borsellino", afirmara.
Bonafede, por sua vez, disse ter sentido um "arrepio" com essa passagem do pronunciamento de Moro. "A Itália valorizou seu trágico passado fazendo uma legislação que o ministro da Justiça brasileiro, do outro lado do mundo, indicou como 'remédio universal'", ressaltou.
Essa visão, no entanto, pode não ser unânime dentro do Movimento 5 Estrelas, hoje o partido com a maior bancada no Parlamento da Itália. Em abril passado, o fundador da legenda antissistema, Beppe Grillo, publicou em seu blog um texto com o título "Lula vale a luta", no qual afirma que Moro condenou o ex-presidente para tirá-lo das eleições de 2018. (ANSA)