© Reuters / Shamil Zhumatov
Marcos Pontes foi o primeiro astronauta brasileiro e agora se tornou Ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações no governo Bolsonaro. Em 2006, o brasileiro viajou à Estação Espacial Internacional para realizar experimentos em ambiente de microgravidade, em uma viagem que durou dez dias.
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"A carreira de astronauta é uma das mais difíceis do planeta", diz o ministro ao UOL. Ele é categórico ao afirmar a necessidade de estudar muito para alcançar o objetivo de ir ao Espaço. Primeiro, é preciso cursar uma boa universidade e escolher áreas de estudo que tenham relação com a ciência espacial, como exatas ou biológicas. Na Agência Espacial Norte-Americana (NASA) é preciso ter diploma em uma dessas áreas. "É muito comum nos Estados Unidos, por exemplo, cientistas com pesquisas relacionadas ao espaço entrarem para a Nasa", afirma o engenheiro mecatrônico Pedro Kaled, tecnologista da AEB.
No caso de Pontes, o percurso começou na AFA (Academia da Força Aérea), no qual ingressou aos 18 anos, em 1981. Lá, ele se especializou em caças e aprendeu a pilotar 25 tipos diferentes de aeronaves. Após quatro anos, ele recebeu o bacharelado em tecnologia aeronáutica e, em 1993, tornou-se engenheiro aeronáutico pelo ITA (Instituto Tecnológico Aeronáutico). Em seguida, Pontes partiu para um mestrado em engenharia de sistemas pela Naval Postgraduate School, na Califórnia (EUA).
Apesar de muitos astronautas terem formação militar, a carreira de astronauta é civil e o percurso militar não é pré-requisito. O imprescindível, na verdade, é ter inglês fluente em fala, leitura e escrita. Outras formações são essencias na carreira do astronauta, além da excelente formação acadêmica: saúde em perfeito estado, saber trabalhar muito bem em equipe e ter perfil de liderança.
Como o Brasil não possui escola de formação de astronautas, Pontes ingressou no Programa da Nasa em 1998, local onde fez o curso por dois anos, mas só foi enviado ao espaço em 2006, em uma espaçonave russa, a Soyuz TMA-8, em uma parceria entre a AEB e a Roscomos. Este período foi o auge do investimento nacional na formação de astronautas. Segundo Pontes, a maior parte do trabalho de um astronauta é feito em terra firme, em trabalhos de pesquisa e administração. O ministro diz, em entrevista ao UOL, ter a intenção de retomar o trabalho de formação de astronautas, mas não estabelece datas.
Atualmente, existem outras cinco escolas formadoras de astronautas no mundo, segundo o UOL: Agência Espacial Europeia (ESA), Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), Agência Espacial Russa (Roscomos), Agência Espacial Canadense (ASC) e Administração Nacional Espacial Chinesa (CNSA), cada uma com pré-requisitos para aceitar seus candidatos.