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A operação foi deflagrada após denúncias, com o objetivo de investigar os crimes de agiotagem e cumprir mandados de prisão preventiva contra 41 pessoas e 72 mandados de busca e apreensão, além de sequestro, bloqueio e indisponibilidade dos bens e valores dos denunciados. A ação foi organizada em conjunto com a Coordenadoria de Inteligência da Políca Militar e apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público.
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De acordo com o promotor Marcelo Maurício Arsênio, a tática do grupo era fazer com que o cliente não quitasse a dívida, perpetuando o débito para que sempre fosse cobrado pelos agiotas, que arrecadavam cerca de R$ 1 milhão de reais por mês.
"A pessoa pegava R$ 500 emprestadoS e deveria pagar R$ 650 no final de um mês. Ao fim desse período, quando ela ia quitar, eles a induziam a pagar só os juros ou um valor menor. Daquele saldo devedor era cobrado também juros desde o mês anterior, acumulando mais dívida e fazendo com que o cliente perdesse o controle de quanto estava devendo, porque eles estipulavam o valor que bem entendiam. Ao voltar, depois de 60 dias, para pagar o que devia, o valor já era maior e, assim, a [dívida crescia como] bola de neve e [a pessoa] não conseguia mais sair", explicou o Marcelo.
Segundo o promotor, o grupo tem mais de 100 integrantes, e o dinheiro ilícito também era usado para financiamento de campanhas políticas. "A corrupção eleitoral não foi o alvo da investigação, mas essa irregularidade será apurada", disse Arsênio.
A assessoria da Polícia Militar informou que o resultado prévio da operação é de 18 mandados de prisão cumpridos. No material apreendido consta um revólver calibre 38, 141 munições, dois carregadores de pistola calibre 380, uma granada luz e som, anotações com indícios de agiotagem, além de R$ 306,25 em dinheiro, 19 cheques no valor total de R$ 70.842,00 e 110 notas promissórias no total de R$ 61.026,60.