Migrantes bloqueados pela UE começam a recusar comida

Navio está no mar desde o último dia 22 de dezembro

© Darrin Zammit Lupi/Reuters

Mundo a bordo do Sea Watch 07/01/19 POR Ansa

Alguns migrantes a bordo do navio da ONG alemã Sea Watch, que está bloqueado desde 22 de dezembro no Mar Mediterrâneo, começaram a recusar alimentação nesta segunda-feira (7).

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O anúncio foi feito pela própria entidade, em meio ao impasse na União Europeia para decidir quem acolherá os 32 migrantes a bordo da embarcação, que está em águas territoriais de Malta, mas impedida de ancorar.

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Outro navio, da ONG Sea Eye, com 17 migrantes a bordo, está na mesma situação desde 29 de dezembro. "Registramos episódios de pessoas que recusam comida. Não podemos acreditar que isso esteja acontecendo a poucas milhas da costa europeia", disse a Sea Watch.

A organização teme que o estado psicológico e de saúde dos migrantes possa "piorar". O ministro do Trabalho e vice-premier da Itália, Luigi Di Maio, chegou a oferecer acolhimento para crianças e mulheres dos dois navios - cerca de 10 pessoas no total -, mas foi desautorizado por seu colega, o ministro do Interior e também vice-premier Matteo Salvini, responsável pelas políticas migratórias do país.

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Pelas normas internacionais, pessoas resgatadas no mar devem ser levadas para o porto seguro mais próximo, tarefa que recairia sobre Itália ou Malta, já que as ONGs julgam que a Líbia, onde foram feitas as operações de socorro, não oferece condições mínimas de segurança.

Papa

O papa Francisco renovou nesta segunda-feira seu apelo em defesa do acolhimento de migrantes. "Entre os fragilizados de nosso tempo que a comunidade internacional precisa defender estão, ao lado dos refugiados, também os migrantes", disse o líder católico durante um discurso a diplomatas estrangeiros no Vaticano.

"Mais uma vez desejo chamar atenção dos governos para que ajudem os que tiveram de emigrar devido ao flagelo da pobreza, de todo tipo de violência e perseguições, assim como das catástrofes naturais e das alterações climáticas", acrescentou.

Em seguida, citou explicitamente a Itália. "Dedico ao povo italiano uma oração especial a fim de que, na fidelidade às próprias tradições, mantenha vivo aquele espírito de fraterna solidariedade que sempre o marcou", reforçou. No último domingo, ele já havia cobrado a União Europeia para abrir a porta aos 49 migrantes. (ANSA)

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