© REUTERS (Foto de arquivo) 
Uma peça de roupa nas lojas brasileiras da Zara é, em média, 18% mais cara que o mesmo item vendido nos Estados Unidos. Os países com preços mais baixos são Portugal e Espanha, onde as peças da rede chegam a custar 36% a menos do que o cobrado nos Estados Unidos.
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É o que aponta a pesquisa da BTG Pactual, chamada de 'Índice Zara', que neste ano avaliou 12 produtos vendidos pela rede espanhola em 44 países.
O levantamento começou a ser feito em 2014, na época, os preços cobrados nas lojas Zara brasileiras eram 21,5% superiores. Em 2015, o valor era praticamente o mesmo. Já em 2016, pela primeira e única vez, foi mais barato comprar no Brasil que nos EUA (-22,5%).
Esses dados levam em consideração os preços brutos das peças, convertidos em dólar, sem levar em consideração o custo de vida de cada país. Na comparação tendo em vista a paridade do poder de compra de cada país, os preços no Brasil chegam a ser 114% maiores no Brasil.
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Segundo a análise do BTG Pactual, a distância das fábricas, aliada aos altos impostos de importação brasileiros, faz com que as peças da Zara sejam mais caras por aqui.
A pesquisa mostra que 57% das fábricas estão concentradas na Espanha, Portugal, Marrocos e Turquia. Apenas 92 fábricas estão localizadas no Brasil ou na Argentina, o que representa 1,3% das fábricas da Zara. Há dez anos, ainda segundo a BTG, esse percentual era de 40%.
De acordo com o BTG, depois do Brasil, Japão e Estados Unidos foram as operações mais caras para a Zara, refletindo a valorização do dólar em relação às moedas globais.
Outro fator apontado pela pesquisa é a desvalorização do real frente ao dólar em 2018.
O "Índice Zara" é a versão fashion para o "Índice Big Mac", que há mais de 30 anos compara o preço do lanche do McDonald's em vários países do mundo.
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Segundo a revista The Economist, o índice serve para ilustrar a teoria da paridade do poder de compra.
Na última atualização, publicada em julho de 2018, o real estava subvalorizado em 20% em relação ao dólar.