© Valter Campanato/Agência Brasil 
O anúncio feito pelo chanceler Ernesto Araújo de que o presidente da Apex (Agência de Promoção de Exportações do Brasil), Alecxandro Carreiro, havia pedido demissão do cargo criou um mal-estar entre o Palácio do Planalto e o Itamaraty.
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De acordo com relatos feitos à reportagem por pessoas próximas ao assunto, Araújo anunciou a demissão pelas redes sociais antes de ter consultado o presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre o tema, que é quem tem o poder de nomear ou exonerar as indicações para o comando da Apex.
A saída de Alex, como Carreiro é conhecido, foi anunciada pelo Twitter de Araújo às 20h40 da noite de quarta-feira (9): "O Sr. Alex Carreiro pediu-me o encerramento de suas funções como Presidente da APEX. Agradeço sua importante contribuição na transição e no início do governo. Levei ao PR Bolsonaro o nome do embaixador Mario Vilalva, com ampla experiência em promoção de exportações, para Pres. da APEX", escreveu o chanceler.
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Segundo pessoas próximas, minutos antes, Araújo havia enviado uma mensagem para Alex, comunicando que divulgaria sua saída, e que adotaria uma versão pública que se tratava de uma demissão a pedido. Ele ouviu como resposta uma negativa do indicado para a agência, que reiterou que não concordava e não havia solicitado sua saída e ele próprio resolveu procurar o presidente para tratar do assunto.
O episódio irritou aliados de Bolsonaro, que viram no gesto de Araújo uma sobreposição à vontade do próprio presidente. O nome de Alex foi levado ao presidente como uma indicação conjunta, feita por deputados do PSL e endossada por um de seus filhos, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
A demissão ainda não formalizada e aliados dizem que Alex procuraria Bolsonaro para tentar reverter sua saída. Procurados pela reportagem, ele e Araújo não responderam a um pedido de esclarecimento.
Um desentendimento entre o escolhido para comandar a Apex e a empresária Letícia Catel é apontado como o estopim para o anúncio da demissão. Letícia, que foi secretária-geral do PSL, foi indicada por Araújo para uma diretoria da agência.
De acordo com relatos ouvidos pela reportagem, ela e Alex se desentenderam em público.
Depois de ter sida expulsa do PSL em setembro do ano passado, Letícia se reaproximou do governo ao tornar-se uma espécie de braço direito de Araújo.
Ainda durante a transição, ela passou a andar com o chanceler e trabalhar como uma espécie de assessora. Pessoas próximas ao ministro reclamaram que ela começou a blindá-lo, controlando todo o acesso a ele. Com informações da Folhapress.