Custo da energia para indústria subirá quase 90% em três anos

O custo da energia para a indústria subirá quase 90% em três anos, diz Firjan.

© DR

Economia Firjan 15/12/14 POR Agência Brasil

Divulgado hoje (15), o estudo  “Quanto custará a energia elétrica para a indústria no Brasil?” levou em conta também a inserção de fontes mais baratas na matriz, conforme definido no Plano Decenal de Expansão de Energia, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE); e a bandeira tarifária vermelha durante os dois próximos anos, em função do alto despacho térmico.

PUB

Segundo o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan, Cristiano Prado, foram levados em consideração no estudo os pagamentos já efetuados para diminuir a exposição do setor elétrico e “nós não  estamos considerando nenhum novo empréstimo que possa eventualmente ser feito ao setor”.

O estudo mostra que, se este ano o custo da energia elétrica já subiu 23%, o aumento poderá ser ainda maior em 2015, atingindo 27,3%. “E para 2016, com o que já se consegue enxergar, estão contratados mais 7,5% de aumento (do custo). Pode vir até mais do que isso”.

Cristiano Prado disse que a elevação do custo de energia é uma preocupação da indústria “em relação a esse insumo, que é essencial para a atividade e que está em uma escalada de subida de preço”. Acrescentou que em relação ao preço de R$ 263 por MWh, registrado em janeiro do ano passado, o custo de energia elétrica para a indústria chegará a 2016 acumulando aumento de quase 90%.

“Em três anos, a energia terá subido quase 90%. Isso, em qualquer lugar do mundo, acende uma luz vermelha para indicar que alguma coisa  precisa ser feita. Pelo menos, a discussão sobre como retomar uma trajetória de crescimento mais ameno e uma diminuição mais estrutural do preço de energia no Brasil”, ressaltou Prado.

Para ele, não há intenção de desestruturar o setor elétrico nacional, que passa por dificuldades hoje. Defendeu, porém, que a discussão deve ser feita junto com a sociedade para encontrar um caminho que garanta, de um lado, a capacidade, investimento e crescimento do setor, e de outro lado, uma tarifa justa e compatível para toda a sociedade.

Considerando os empréstimos feitos recentemente ao setor, a Firjan  propõe que todas a sociedade seja desonerada da cobrança dos impostos que incidem sobre esses empréstimos. “A partir do ano que vem, todo mundo vai ter um pedacinho da conta destinado a pagar os empréstimos  feitos. Só que, sobre isso, incidem Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que são um valor alto porque os impostos no Brasil são muito altos” diz o dirigente da Firjan.

Dentro desse contexto, Prado acha que ajudaria a aliviar um pouco a subida do custo de energia no Brasil se não fossem cobrados impostos do pagamento dos empréstimos a partir do ano que vem. A isenção da indústria da cobrança de tributos sobre o aditivo tarifário trazido pelos aportes fará cair de 36,8% para 32,3% o aumento do custo de energia previsto para a atividade industrial. Dessa forma, o custo médio da energia para a indústria ficaria em R$ 447,60 o MWh em 2015, e R$ 477,30 por MWh, em 2016. “Ele (custo) continua subindo, mas sobe menos.   Ainda é um valor enorme, mas em vez de subir 27,3%, ele sobe 24,1%”. Prado Sustentou que essa ação prática, de curto prazo, não afetaria o setor elétrico.

Ele admitiu que, se essa medida vier a ser adotada, funcionará  como um alívio apenas. Cristiano Prado disse que o debate com a sociedade sobre o custo da energia deve ser ampliado, para detectar as ações que mantenham  a estrutura, o potencial de crescimento e os investimentos do setor elétrico, ao mesmo tempo em que são analisadas as mudanças que devem ser adotadas no médio e longo prazo. “É importante que a sociedade brasileira volte a discutir questões  que, atualmente, são um tabu”. Entre elas,   as usinas com grandes reservatórios, em contraposição às usinas  a fio d'água, e a expansão das usinas nucleares, que  fornecem energia limpa e mais barata.

“Temos que trazer essas questões para discussão  novamente, se o Brasil quiser entrar em uma rota de competitividade. Se não fizermos isso, vamos  estar nos obrigando a conviver com preços mais altos, com uma indústria  que cresce menos e que cada vez vai ver  o seu espaço no mundo diminuir por falta de competitividade”, disse Cristiano do Prado.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Briga! Há 22 Horas

Andressa Urach é agredida em festa e leva 4 pontos no rosto

politica Kids pretos Há 21 Horas

Bolsonaro tentou ser kid preto por 2 vezes: 'Fui deixado pra trás'

fama Racismo Há 23 Horas

Vaza novo áudio com ofensas racistas de Ana Paula Minerato

fama Liziane Gutierrez Há 8 Horas

Ex-Fazenda Liziane Gutierrez está presa no Marrocos há um mês

esporte Fortuna Há 22 Horas

Neymar Pai afirma sobre patrimônio construído com carreira do filho: 'Fiquei rico antes dele'

mundo Inglaterra Há 6 Horas

Mulher condenada por manter bebê em gaveta até os três anos na Inglaterra

politica Bolsonaro Há 6 Horas

PF: Bolsonaro 'planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva'

fama Meghan Markle Há 8 Horas

Divórcio? Meghan Markle quebra o silêncio e surge sozinha em evento

fama CPI das Bets Há 22 Horas

CPI das Bets convoca Gusttavo Lima e convida Felipe Neto para deporem

economia Negócios Há 22 Horas

Após pedido de desculpas do Carrefour, fornecedores começam a suspender boicote