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A decisão da Assembleia Nacional da Venezuela de declarar o ditador Nicolás Maduro como usurpador da Presidência e o anúncio da criação de um governo de transição para substituí-lo, nesta terça (15), causaram repercussão internacional.
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Para o diretor da Human Rights Watch para as Américas, José Miguel Vivanco, "o mundo inteiro está rejeitando o regime de Maduro. Ele perdeu as duas legitimidades necessárias para manter-se no poder. Uma é ganhar uma eleição sem fraude, o que não foi o caso da eleição de maio. Outra é governar de modo democrático, e ele governou como um tirano. As ações recentes da Assembleia e de seu presidente são reflexo disso", disse à reportagem, por telefone.
Já Marco Rubio, senador republicano dos EUA, disse que concordava com a decisão da Assembleia Nacional e que, obedecendo a Constituição do país "o líder da Assembleia Nacional deve assumir o poder até novas eleições", acrescentando que os Estados Unidos deveriam reconhecer Juan Guaidó como presidente legítimo e que assim aconselharia a Donald Trump.
Segundo a CNN, Trump estaria analisando o reconhecimento de Guaidó como presidente. Até a conclusão deste texto, porém, o presidente norte-americano não havia se manifestado.
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, soltou mensagem nas redes sociais dizendo que o organismo "está de acordo e apoia a Assembleia Nacional ao declarar a usurpação do cargo de presidente por Nicolás Maduro, além da necessidade de aplicar o artigo 233 da Constituição sobre Presidência interina e chamado a eleições".
O ex-presidente colombiano Andrés Pastrana afirmou que o grupo de ex-presidentes Idea também oferecia seu respaldo à decisão do parlamento venezuelano.
Já o Brasil se manifestou antes da divulgação do documento, por meio de um telefonema do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, a Guiadó. Sobre a conversa, o presidente da Assembleia disse que Eduardo Bolsonaro "expressou seu compromisso com os venezuelanos, de respaldar nossa lutar pela democracia."
Por sua vez, o ministro da Defesa, Padrino López, comandante das Forças Armadas, apareceu ao lado de Maduro em uma cadeia nacional dizendo que estaria disposto a "morrer na defesa da Constituição e de Maduro". Há poucos dias, o jornal norte-americano The Washington Post divulgou que fontes do governo venezuelano haviam vazado a informação de que Padrino havia recomendado a Maduro que deixasse o posto. Com informações da Folhapress.