Nova Boeing-Embraer deve empregar 9.000

Os detalhes finais ainda estão sendo costurados pelos times jurídicos das duas empresas

© Nacho Doce/Reuters

Economia Negócio 17/01/19 POR IGOR GIELOW - Folhapress

IGOR GIELOW - A nova empresa a ser criada a partir da compra da linha de aviação comercial da Embraer pela Boeing deverá empregar cerca de 9.000 pessoas no Brasil.

PUB

Ainda sem nome e conhecida internamente como NewCo, acrônimo em inglês para Nova Companhia, ela deve ter sua criação formalizada nesta quinta (17) pelas fabricantes americana e brasileira.

Em recuperação judicial, Avianca corta voos internacionais

Os detalhes finais, segundo a reportagem apurou junto a pessoas ligadas ao negócio, ainda estão sendo costurados pelos times jurídicos das duas empresas. Duas questões davam mais trabalho: a composição de pessoal e a equalização da propriedade intelectual da Embraer.

O negócio foi aprovado pelo governo brasileiro, que possui poder de veto remanescente da privatização da Embraer em 1994, na semana passada.

A negociação durou cerca de um ano, e a partir da assinatura os acionistas da empresa brasileira serão consultados em 30 dias.

A expectativa é de aprovação, em especial após a confirmação nesta quarta (16) de que eles receberão US$ 1,6 bilhão em dividendos pelo acordo. A Boeing pagará US$ 4,2 bilhões à Embraer pelo controle de 80% da empresa, enquanto 20% permanecerão com os brasileiros.

Em relação ao quadro funcional, ainda não está definido quem irá migrar da "velha Embraer" para a NewCo e quem ficará na empresa.

Ela reteve as linhas de defesa e aviação executiva.

A Embraer tem 18,5 mil funcionários, 16 mil no Brasil. O número a ser alocado na NewCo, 9.000, bate com a estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos sobre a força de trabalho da divisão comercial hoje.

A entidade se opõe ao acordo por temer que a "velha Embraer" se torne insustentável, perca postos de trabalho e acesso a tecnologia.

A questão da propriedade intelectual é bastante complexa. Para efetuar a separação da área militar da civil na Embraer, foi necessário redesenhar o departamento de pesquisa e desenvolvimento, que era interligado.

Ocorre que a empresa remanescente precisa manter pessoal e capacidade técnica na área civil, dado que continuará a vender jatos executivos. Ao todos, estão sendo analisados 3.000 itens.

O transbordo de tecnologia de um lado ao outro, que possibilitou por exemplo a adoção civil do domínio de voo subsônico a jato, também teve de ser encerrado.

Do lado dos novos controladores americanos, há dúvidas sobre a identidade de marca da NewCo. Ela pode vir a se chamar meramente Boeing Brasil, porque não poderá usar o nome Embraer.

Já a linha de jatos regionais comprada, estrelada pelos E2, pode ser chamada assim ou virar um produto Boeing. Nos anos 1990, quando a empresa americana comprou a rival McDonnell Douglas, apenas um avião foi renomeado (o Boeing-717, antigo MD-95).

Nesta quinta também será assinado o acordo que cria uma joint venture em que a Embraer tem 51% do controle para a produção e venda do cargueiro KC-390.

A Boeing já fazia a promoção comercial do avião no exterior, sem grande sucesso. A compra de 28 KC-390 pela FAB (Força Aérea Brasileira) seguirá na "velha Embraer", assim como a provável primeira exportação para Portugal.

Para habilitar o avião a ser vendido para os EUA ou utilizando os benefícios do programa americano de vendas militares para outros governos, deverá ser aberta uma linha do KC-390 no país. É o que acontece com os Super Tucano da "velha Embraer".

Os royalties de exportação a que a FAB tem direito por ter colocado R$ 5 bilhões no desenvolvimento do avião serão pagos pelo lado brasileiro da joint venture, que é majoritário como os militares exigiram na negociação.

Para aplacar temores de desnacionalização, o acordo deixa claro que a linha do KC-390 em Gavião Peixoto (SP) seguirá funcionando.

A questão das linhas ainda precisa ser definida ao longo de 2019, caso o negócio se concretize como esperado. Os jatos comerciais da NewCo continuarão a ser feitos na sede da Embraer em São José dos Campos (SP), mas não se sabe se a aviação executiva ficará por lá num acordo entre empresas ou movida para a unidade de Gavião Peixoto. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 15 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

fama Harry e Meghan Markle Há 7 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama MAIDÊ-MAHL Há 15 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

justica Itaúna Há 15 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 13 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

economia LEILÃO-RECEITA Há 13 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

brasil São Paulo Há 15 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

esporte Indefinição Há 15 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

fama Documentário Há 7 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

fama LUAN-SANTANA Há 15 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam nome da filha e planejam casamento