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A vida de Laís Souza mudou completamente em janeiro de 2013. Após parar com a ginástica artística, a atleta optou por praticar um novo esporte: o esqui alpino. Mas, quando treinava para a Olimpíada de Inverno de 2014, sofreu um grave acidente nos Estados Unidos que a deixou tetraplégica e quase causou a sua morte. Hoje, cinco anos depois, luta diariamente em busca de sua delicada recuperação.
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Em entrevista à TV Globo, exibida neste domingo, a ex-ginasta relembrou o acidente que sofreu em preparação para o evento esportivo de 2014, como recebeu a notícia, suas maiores dificuldades e como as superou. "Acho que eu falaria 'não vai'. Hoje não é o seu dia. Não vá", disse quando perguntada sobre o que falaria para si mesmo mais cedo naquele dia.
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De acordo com a ex-ginasta, o acidente aconteceu por conta das condições da montanha em que treinava, que acabou aumentando consideravelmente a velocidade da descida. "Eu não saltei para o acidente. Eu só estava descendo a montanha. E aí começou a aumentar muito a velocidade", explicou. "Eu fui avisar minha amiga que o solo estava muito rápido e estava fino, não estava segurando muito o esqui. Alertei para ela descer de lado. No que eu voltei, ela falou que eu já estava no meio das árvores e já tinha acontecido".
"Quem me falou foi um dos médicos. Como eu já tinha percebido, ele falou: 'Laís, você vai ficar tetraplégica. Se você conseguir comer, respirar sozinha, vai ser muita sorte porque dificilmente alguém consegue superar isso'. Eles falavam, para quem estava comigo, que eu poderia vir a óbito em poucas horas. Deram 12 horas", relembrou a ex-ginasta.
Apesar das dificuldades, Laís Souza não desistiu. "Eu fui melhorando, entendendo que eu estava ali no hospital, que eu não ia me mexer, que eu dependia daquela máquina para respirar, que eu estava comendo por uma sonda no estômago... Eu consegui sair do respirador, consegui comer sozinha, comecei a sentar".
A luta diária foi difícil e Laís Souza em diversas vezes questionou a si mesmo se seria capaz de superar o acidente. "Hoje eu tenho que manter. Tenho que continuar fazendo os exercícios porque se eu piorar, eu volto para a máquina de respirador. Eu percebi que esses momentos que eu caía e ficava perguntando para Deus porque eu não tive nenhum movimento começou a atrapalhar. Me atrapalhou muitas vezes".
"Eu prometi para mim que eu ia parar de me perguntar e ia começar a levar. Eu encontrei um caminho para que seja mais fácil para mim e para as pessoas que estão comigo. Eu preciso de tudo e de ajuda a todo tempo. Essa é a minha maior dificuldade, porque eu sou muito aventureira e ficar parada é difícil", explicou.
Hoje, cinco anos depois, ela ainda precisa de auxílio em tempo integral. Mas, ainda com um longo caminho a percorrer, não desiste da recuperação. "Eu tenho ajuda de muita gente, eu tenho uma patrocinadora. O próprio Neymar me ajuda muito. O Doda Miranda, do hipismo, também está sempre do lado. Acho que essas coisas me fazem superar as dificuldades do dia", completou.
"O sonho que vem na minha mente é: levantar, óbvio. É estar com meus filhos, meus cachorros. Uma família formada mesmo e eu com os movimentos normais. Eu acho que é isso", finalizou.