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Cerca de 60% das espécies de café selvagem estão em alto risco de extinção, alertou o grupo do botânico Aaron David, da Universidade de Nottingham, na revista científica Science Alert. O cientista é especialista em café e atua no Royal Botanic Garden de Kew, no Reino Unido.
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O relatório, publicado nesta quarta-feira (16), apontou que, com o aumento da seca e a rápida difusão de fungos patogênicos, o café se encontra sob numerosas ameaças. Para superá-las, os especialistas afirmam que é necessário que o setor cafeeiro se prepare com diversos tipos de ações, como a colheita de sementes de fora de seu habitat natural para a reprodução, proteção e pesquisa das plantas.
Atualmente, as variedades Arabica e Robusta representam, respectivamente, 60% e 40% do café vendido no mundo, mas outras espécies selvagens podem ser necessárias no futuro para a sobrevivência do setor, tendo em vista as ameaças atuais.
Essa foi a primeira vez que pesquisadores analisaram, usando dados da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o risco de extinção de todas as 124 espécies selvagens conhecidas, avaliando características como tolerância climática e resistência a parasitas. Os estudiosos concluíram que 75 de 124 espécies, 60% do total, correm o risco de desaparecer completamente.
Esse foi um dos dados mais altos já registrados para a planta, ainda que mais da metade (55%) de todas as espécies de café se encontre em bancos genéticos e 72% esteja em áreas protegidas. Assim, por não parecerem dados tão preocupantes e devido à crescente descrença política em efeitos do aquecimento global, a equipe britânica alerta ainda para o possível desaparecimento de outras espécies de plantas silvestres. (ANSA)