© REUTERS / Adriano Machado (Foto de arquivo) 
O presidente interino, general Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira (22) que o problema do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) é o sobrenome dele. "Este assunto tô fora já dele. O único problema do senador Flávio qual é? Sobrenome, né? Se o sobrenome dele fosse Silva...", afirmou ao chegar ao Palácio do Planalto.Segundo o vice-presidente, que assumiu o cargo com a viagem de Jair Bolsonaro a Davos (Suíça), o caso só ganhou tamanha repercussão pelo sobrenome do senador.
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"O problema é dele, mas o que acontece: há esta repercussão toda por causa do sobrenome dele. Assim como ele, tem mais outros 25 deputados [são 27 os investigados] da Assembleia Legislativa investigados por problemas similares", afirmou. Mourão disse ainda que é preciso aguardar os desdobramentos dos fatos e que a Justiça está fazendo o trabalho dela. "A Justiça está fazendo o trabalho dela, a investigação tá fazendo o trabalho dela, então tem que aguardar, né?", indagou.
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Uma apuração que teve início no Rio de Janeiro atingiu o deputado estadual e senador eleito após relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontarem transações financeiras suspeitas de um ex-assessor seu, o motorista Fabrício Queiroz.
Em dezembro, o documento do Coaf mostrou que Queiroz tinha movimentações de R$ 1,2 milhão em sua conta, consideradas atípicas pelo órgão.Flávio, até então, negava ser alvo das investigações e se recusou a prestar depoimento no Ministério Público do Rio. As investigações contra ele ganharam um novo capítulo na última semana, quando o senador eleito conseguiu uma liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) para paralisar as investigações que corriam na Justiça do Rio.
Além disso, um novo relatório, divulgado na sexta (18) pelo Jornal Nacional, da TV Globo, apontou movimentações consideradas suspeitas também na conta de Flávio. Ele recebeu em sua conta bancária 48 depósitos em dinheiro no valor total de R$ 96 mil, depositados apenas em cinco dias. Eles foram feitos no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) sempre no valor de R$ 2 mil.
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O Ministério Público do Rio de Janeiro apura casos de outros parlamentares da Alerj, onde Flávio trabalhava como deputado estadual, cujo mandato expira em fevereiro.Mourão disse ainda não ter condições de comentar novos desdobramentos do caso, como a notícia de que o senador eleito empregou até novembro do ano passado em seu gabinete na Assembleia Legislativa a mãe e a mulher de um policial militar suspeito de comandar milícias no Rio de Janeiro.
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O ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, 42, está foragido e é um dos 13 alvos de uma operação deflagrada nesta terça-feira (22) pelo Ministério Público para prender suspeitos de chefiar milícias que atuam nas comunidades como de Rio das Pedras e Muzema, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.
"Eu ouvi isso agora no voo e não tenho condições de emitir nenhum juízo sobre isso. Só ouvi agora", afirmou.O presidente interino disse ainda que não cabe a ele analisar o caso e que o governo está tranquilo em relação ao tema. "Isso não é um fato que nos interessa por enquanto. Quando passar a interessar aí será divulgado aquilo que for necessário." Com informações da Folhapress.
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