© Stringer . / Reuters
O opositor e líder da Assembleia Legislativa da Venezuela, Juan Guaidó, se autoproclamou, nesta quarta-feira (23), presidente interino e assumiu o governo no lugar de Nicolás Maduro. O juramento ocorreu durante uma série de manifestações pelo país, iniciadas na noite de ontem (22), que pedem o fim do governo Maduro.
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"Hoje, 23 de janeiro de 2019, em minha condição de presidente da Assembleia Nacional, ante Deus todo-poderoso e a Venezuela, juro assumir formalmente as competências do Executivo nacional como presidente em exercício da Venezuela", declarou Guaidó.
Ao menos cinco pessoas morreram nos protestos iniciados na noite de ontem (22) e ainda em curso no país, informaram as autoridades locais. De acordo com o Ministério Público da Venezuela, quatro pessoas morreram durante confrontos na madrugada no estado de Bolívar.
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A quinta vítima é um jovem de 16 anos, identificado como Alixon Pisani, atingido por um tiro em Cata, um bairro da capital Caracas. Por sua vez, a ONG local Foro Penal Venezolano (FPV) informou que 43 pessoas foram presas nos protestos e que há relatos de "vários feridos" nas últimas 48 horas.
As manifestações foram convocadas pela oposição e pedem a derrubada do governo de Nicolás Maduro, que tomou posse em 10 de janeiro, apesar de ser considerado ilegítimo pela oposição e criticado por vários países.
A Venezuela enfrenta uma grave crise política, econômica e social, com escassez de alimentos e medicamentos, o que levou milhares de venezuelanos a imigrarem do país. A fome e a desnutrição atingem grande parte da população.
Um dos protestos ocorreu na Praça João Paulo II, em Caracas. Mas há relatos em várias partes do país de confrontos entre manifestantes e policiais, que usam gás lacrimogêneo. Além da capital, os venezuelanos saíram às ruas em Barquisimeto, Maracaibo, Barinas e San Cristobal. Ao mesmo tempo, estão ocorrendo três marchas em Caracas de simpatizantes e apoiadores de Maduro, o que eleva a tensão no local.
Reações
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode reconhecer Juan Guaidó, atual líder da Assembleia Nacional, como o legítimo presidente da Venezuela. A decisão de Trump pode ser anunciada ainda hoje, de acordo com a imprensa norte-americana.
Guaidó é um dos principais líderes da oposição e adversário de Maduro. Ele já disse publicamente se considerar presidente interino para convocar novas eleições, o que lhe rendeu o apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA). (ANSA)