© Ricardo Stuckert
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), condenou a decisão dos presidentes Donald Trump (EUA) e Jair Bolsonaro (Brasil) de reconhecer o líder da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como o novo presidente da Venezuela.
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A decisão aconteceu nesta quarta-feira (23), pouco depois do próprio Guaidó se autoproclamar presidente durante uma manifestação que reuniu milhares de pessoas em Caracas para protestar contra o ditador Nicolás Maduro. Outros países também estão fazendo o reconhecimento.
"Vamos ter daqui a pouco os presidentes dos Estados Unidos, do Brasil, de outros países interferindo na soberania e na autodeterminação dos países? Isso é muito grave. E acho mais grave ainda o governo brasileiro se posicionar favorável porque isso leva a uma intervenção, uma intervenção desse tipo, para ser realizada, vai levar à força bruta. Isso quer dizer que o presidente Bolsonaro vai enviar tropas brasileiras para Venezuela? Com que dinheiro? Colocando em risco a vida dos brasileiros?", indagou Gleisi na tarde desta quarta, em Brasília.
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A senadora petista, que nas últimas eleições foi eleita deputada federal para a legislatura que começa em 1º de fevereiro, criticou a condução da política externa do governo Bolsonaro.
"Não se faz política externa de forma ideológica. Você pode ter crítica, ser oposição, falar que não concorda com a política de determinado país, mas você tem de respeitar a soberania. A soberania é inerente aos países. O país é soberano sobre seu território, seu povo, seus processos", disse Gleisi Hoffmann.
Para a senadora petista, o Brasil deveria tentar mediar a situação da Venezuela através do diálogo.
"O Brasil é o maior país que temos na América Latina. Tem peso político, tem peso econômico. O Brasil tinha de chamar as partes para conversar, para ver como poderia chegar a um consenso. Tinha de estar mediando com os outros países da América Latina, inclusive com os Estados Unidos".
"Não vai ser um reconhecimento de um candidato da oposição, que não ganhou a eleição no país, através de outros países, que vai resolver o problema. Nós precisamos de uma solução pacífica, como sempre fizemos, como determina a Constituição brasileira", disse a senadora. Com informações da Folhapress.