© Câmara Municipal do Rio de Janeiro / Divulgação
O vereador pelo Rio de Janeiro David Miranda (PSOL) é o suplente do deputado federal Jean Wyllys (PSOL) e deve assumir a vaga deixada por ele, na Câmara dos Deputados, a partir de fevereiro.
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Wyllys anunciou, nesta quinta-feira (24), em entrevista concedida à Folha de S. Paulo, que abandonará o cargo, por medo de ser morto. Afirmou, ainda, que deixará o Brasil para se dedicar à vida acadêmica em outro país.
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David, assim como o deputado federal, é assumidamente gay. Ambos também eram amigos da vereadora assassinada Marielle Franco.
"Estou triste, porque Jean era um grande companheiro de partido e representou muito bem a plataforma LGBT no Congresso. Mas encaro como um desafio. Depois do assassinato de Marielle, no ano passado, colocamos nossos corpos na luta. Estou disposto a enfrentar essa máfia do Congresso Nacional, principalmente essa família Bolsonaro", disse, após o anúncio do colega. "Não vou dizer que não tenho medo dessa corja, mas vou com coragem", completou.
Miranda é jornalista e estrategista de marketing. Nasceu e cresceu no Jacarezinho, coordenou a campanha pelo asilo a Edward Snowden no Brasil, e trabalhou ativamente junto ao seu marido Glenn Greenwald nas revelações dos programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos, efetuados pela sua Agência de Segurança Nacional.
Em 2013 foi detido pelo governo britânico justamente pelo trabalho que realizou sobre a vigilância em massa. Ativista LGBT e casado com Greenwald há 13 anos, filiou-se ao PSOL e foi eleito como o primeiro vereador LGBT na história da Câmara do Rio de Janeiro.
Ele disputou as eleições de 2018 pelo PSOL, candidato à Câmara dos Deputados. Recebeu pouco mais de 17 mil votos, alcançando a primeira suplência da coligação PSOL-PCB.