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Socorrido pelas Forças Armadas e pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e com o apoio externo de Rússia, Turquia e China, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira (24) que não abrirá mão do poder.
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Um dia após o mandatário da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, ter se autoproclamado chefe de Estado do país, com apoio dos Estados Unidos, do Brasil e de outras dezenas de nações, Maduro foi à sede do TSJ e garantiu que "nunca vai renunciar".
"Continuaremos a governar com o apoio cívico e militar do povo", declarou, definindo os membros do governo paralelo como "palhaços". Em grave crise política, social e econômica há vários anos, a Venezuela tem agora dois presidentes (Maduro e Guaidó), dois poderes Legislativos (a Assembleia Nacional e a chavista Assembleia Constituinte) e duas supremas cortes (o TSJ de Caracas e o TSJ no exílio).
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Acossado pela onda de reconhecimento internacional a seu adversário, Maduro buscou apoio na principal base de sustentação de seu regime: os militares. Em comunicado, o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, expressou "adesão total" das Forças Armadas à "Constituição" e o "reconhecimento de Nicolás Maduro como legítimo presidente do país".
Além disso, acusou "setores da extrema direita de tentarem fraturar e dividir" a Venezuela e denunciou "atos de ingerência de potências estrangeiras". "O governo americano, junto com outros da região e de funcionários de organismos multilaterais, está desenvolvendo o projeto bem conhecido de acabar com ações progressistas incômodas", disse López.
O TSJ, por sua vez, exigiu que a Assembleia Nacional coloque fim à "falta de respeito" com a Constituição e afirmou que o país é alvo de um "golpe de Estado com intervenção estrangeira".
Maduro, que participou da cerimônia de abertura dos trabalhos do tribunal em 2019, reiterou que diplomatas dos EUA devem deixar o país até domingo (27) - Washington não reconhece a autoridade do presidente para dar essa ordem e ameaçou reagir caso haja alguma ação contra seus funcionários.
Por outro lado, Maduro defendeu a proposta de diálogo feita por México e Uruguai, que não reconheceram Guaidó. "Queremos utilizar os instrumentos da democracia. Outros operam tentando golpes de Estado", acrescentou.
Até o momento, os EUA e 11 países do Grupo de Lima se colocaram do lado de Guaidó, além do Equador, da Organização dos Estados Americanos (OEA), do Reino Unido, da França e da Albânia. Uruguai e México, por sua vez, evitaram tomar lado e pediram diálogo.
Já Bolívia, Cuba, Nicarágua, China, Irã, Rússia, Síria e Turquia apoiaram Maduro. Segundo a ONG local Observatório de Conflitos, os protestos de rua contra e a favor do líder chavista já deixaram um saldo de 26 mortos. (ANSA)