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O doleiro Alberto Youssef disse, em novembro de 2014, que o então deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA), participava do esquema de propina da Petrobras. De acordo com o depoimento do doleiro, “Argôlo fazia parte do rol de parlamentares do PP que recebia repasses mensais a partir dos contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras”. Paulo Roberto Costa, então à frente da diretoria, era uma das peças que administrava o repasse de dinheiro para empresas e agentes políticos no esquema de corrupção da estatal.
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A delação de Youssef, especificamente a respeito do ex-deputado baiano, foi divulgada agora porque o juiz federal Sérgio Moro decidiu retirar o sigilo dos depoimentos dados em acordo de delação premiada, que envolvem pessoas sem foro privilegiado, e Luiz Argôlo não conseguiu se reeleger no ano passado. Atualmente, ele é primeiro suplente do partido Solidariedade na Câmara dos Deputados. Procurado pela reportagem, o ex-deputado não atendeu às ligações nem respondeu ao contato feito por e-mail.
Permanecem sob sigilo as partes dos depoimentos que envolvem autoridades protegidas por foro privilegiado. Pela Constituição Federal, deputados federais, senadores e ministros de Estado devem ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF); governadores, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ); e prefeitos, pelos tribunais de Justiça.
A declaração de Youssef se deu quando ele relatava negociação que teve com o deputado, que na época estava no PP, partido que deixou em 2013. O doleiro conta que Argôlo comprou um helicóptero, mas não conseguiu arcar com as prestações. Ele, então teria pedido um empréstimo a Youssef, que se recusou a fazê-lo. O doleiro, no entanto, sugeriu arcar com as prestações, ficando com o helicóptero para ele, e emprestaria o aparelho a Argôlo até a campanha eleitoral. Youssef disse ter pago R$ 700 mil pela aeronave, por meio da empresa GFD, que registrou-a em seu nome.