© Washington Alves / Reuters
Os moradores da parte baixa de Brumadinho foram acordados, por volta das 6h deste domingo (26), pela sirene de emergência da Vale, e entraram em desespero. Desta vez, o equipamento tocou, ao contrário do que ocorreu na última sexta-feira (26), dia em que a barragem de rejeitos da empresa se rompeu, deixando um rastro de destruição e mortes.
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No entanto, de pouco adiantou o alarme, já que a população conta que teve de agir sem orientação, na hora de evacuar a área, porque os bombeiros só chegaram à região do Parque da Cachoeira, considerada de maior risco, cerca de duas horas depois.
Enquanto isso, por conta própria, a comunidade deixou suas casas, com a ajuda dos vizinhos, e seguiu em direção à parte mais alta. A sirene foi disparada porque uma segunda barragem também ameaça se romper. Por este motivo, as buscas pelos desaparecidos chegaram a ser suspensas.
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De acordo com informações do portal G1, as autoridades não explicaram por que a remoção das famílias não foi feita de maneira preventiva, logo após o rompimento da primeira barragem, e por que não havia contingente de apoio após o toque do alarme.
"Estão anunciando que o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estão dando apoio, mas esse apoio não existe. A sirene tocou por volta de 5h50, a população ficou toda sem rumo, desorientada, sem saber o que fazer, porque não tinha ninguém para orientar", disse o assistente administrativo Silas Fialho, de 34 anos, morador do bairro, em frente a casas que foram destruídas no local.
"Órgãos do governo, prefeitura, funcionários da Vale, não tinha ninguém, população simplesmente saiu das casas sem saber o que estava acontecendo, e tudo desesperado subiu na parte do morro e estão lá até agora", desabafa o morador.
A agente de saúde Raiane Ferreira de Resende, de 28 anos, chegou ainda de pijama. Ela, o pai, a mãe, irmão, irmã e dois sobrinhos se apertaram em um carro.
"Cedinho foi todo mundo no desespero. Passou uma caminhonete do vizinho buzinando e avisando para todo mundo sair". Ela mora há 20 anos no bairro e disse que nunca foi feito treinamento de evacuação.
"Pessoas obesas, passando mal. A gente precisa de alguém aqui, da defesa civil, do Corpo de Bombeiros, para nos auxiliar", disse presidente da Associação de Moradores do Parque da Cachoeira e do Parque do Lago (Acopapa), Adilson Charles de Souza.