© Huseyin Aldemir/Reuters
As autoridades da Arábia Saudita negaram nesta terça-feira (29) a entrada ao consulado saudita em Istambul da relatora sobre execuções extrajudiciais da ONU, Agnès Callamard, responsável por investigar a morte do jornalista Jamal Khashoggi. A informação foi divulgada pela agência turca "Anadolu" e revela que a especialista foi barrada ao tentar entrar no prédio porque não teria pedido permissão antecipadamente aos diplomatas do país. "Nós avisamos tarde as autoridades sauditas sobre a investigação no consulado. Precisamos dar a eles um pouco mais de tempo para que avaliem o nosso pedido. Queremos a permissão das autoridades para entrar no interior [do edifício]", explicou Callamard aos jornalistas presentes no local. A representante da ONU chegou a Ancara nesta segunda-feira (28) e já se reuniu com os ministros das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, e da Justiça, Abdulhamit Gül. Para hoje, a expectativa é de que ela encontre em Istambul o procurador Irfan Fidan, que lidera a investigação turca sobre o caso. Callamard foi escolhida para abrir uma "investigação internacional e independente" sobre o assassinato de Khashoggi, morto em outubro passado dentro do consulado supostamente torturado e esquartejado por funcionários sauditas. Seu corpo até hoje não foi encontrado. Recentemente, o Ministério Público da Arábia Saudita pediu a condenação à pena de morte de cinco suspeitos de envolvimento no crime.
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Desde o ano passado, Riad já forneceu várias versões sobre a morte do jornalista, inclusive chegou até a negar o falecimento de Khashoggi, que havia ido ao consulado para retirar documentos de divórcio. Em seguida, o governo admitiu o assassinato, mas afirmando que havia sido um acidente. Por fim, o país confirmou que o homicídio foi premeditado. (ANSA)