Brasil não pode virar as costas ao agronegócio, diz diretor da Anvisa

Para Dib, o Brasil não pode analisar agrotóxicos apenas "por reflexo"

© Pixabay

Economia DIREÇÃO 29/01/19 POR Folhapress

O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), William Dib, disse nesta terça-feira (29) que a agência precisa analisar a segurança dos agrotóxicos, mas que o país também "não pode virar as costas ao agronegócio".

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"Não podemos colocar em risco nem o consumidor nem o aplicador do agrotóxico. Mas também não podemos virar as costas. O Brasil hoje paga suas contas graças ao agronegócio, à exportação, a uma produção que, provavelmente, se retermos os agrotóxicos, não teríamos. Temos que fazer isso com bom senso e segurança", disse.

Para Dib, o Brasil não pode analisar agrotóxicos apenas "por reflexo". 

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Nos últimos anos, a agência tem sido alvo de críticas de sanitaristas devido a uma demora na reavaliação de segurança de alguns agrotóxicos proibidos na Europa e outros países. 

"Não há possibilidade de fazer isso por reflexo, só porque os outros fazem. Não somos uma agência carimbadora. Não podemos nos pautar pela Europa, que não planta mais nada, e só importa."

No ano passado, proposta que flexibilizava a liberação de agrotóxicos e retirava parte das atribuições da Anvisa, q quem cabe a avaliação toxicológica dos produtos, ganhou força no Congresso. A agência, no entanto, tem se posicionado contrária à medida.

Dib participou nesta terça de evento de 20 anos da Anvisa. Ele defendeu que haja mais rapidez na análise de pedidos de registro de novos produtos, como medicamentos, e fiscalização do que já está no mercado. Também citou avanços da agência, como redução de prazos de espera para registro de genéricos.

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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse em discurso que a agência precisa continuar a resistir às "tentativas de uso político" como fez no passado e manter o perfil técnico.

Também defendeu que a Anvisa não seja um "entreposto comercial burocrático" e que dê atenção à confidencialidade de documentos, em referência a críticas recentes de liberação de documentos sigilosos de empresas. Com informações da Folhapress. 

Leia também: Privatização da Eletrobras é uma necessidade, diz presidente da estatal

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