Parlamento britânico sinaliza a May caminho para aprovação do brexit

Um aspecto curioso da sessão dessa terça é que, apesar de deixarem claro que desprezam o "no deal", os parlamentares se eximiram da responsabilidade de evitá-lo

© REUTERS / Toby Melville (Foto de arquivo) 

Mundo REINO UNIDO 29/01/19 POR Folhapress

O Parlamento britânico aprovou, na noite desta terça-feira (29), uma proposta para alterar o artigo mais controverso do acordo que fixa as condições para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o brexit, em troca da aprovação do documento.

PUB

A ideia do conservador Graham Brody, endossada por 317 legisladores, é que o dispositivo previsto até aqui para evitar o restabelecimento de controles alfandegários na única fronteira terrestre entre Reino Unido e UE (o limite entre a Irlanda do Norte, que pertence ao primeiro, e República da Irlanda, Estado-membro do bloco europeu) seja revisto após o brexit.

Assim, a união aduaneira temporária entre as partes (vista por uma ala conservadora como "armadilha" europeia a fim de seguir influindo sobre o destino britânico depois do rompimento) dê lugar a "arranjos alternativos". Não está claro o que eles seriam.

+ Procurador pede que Guaidó seja proibido de deixar Venezuela

A aprovação constitui uma vitória para o governo de Theresa May, que na véspera pedira a seus correligionários do Partido Conservador para referendar a proposta.

Na terça, a primeira-ministra afirmou que buscaria "mudanças significativas e legalmente vinculantes" no pacto com as autoridades europeias, o que envolveria reabrir as negociações encerradas em novembro de 2018 com vistas a editar o texto.

"Não vai ser fácil [...] sei que há pouco apetite entre nossos parceiros europeus para isso", disse, marcando uma inflexão em relação ao discurso que vinha martelando havia semanas: o de que não seria em nenhuma hipótese concebível alterar o acordo alcançado entre Londres e Bruxelas.

May pretende usar a decisão parlamentar como lastro em uma nova rodada de conversas com líderes europeus. Ela quer sinalizar a Bruxelas que agora supostamente existe um caminho claro para a aprovação do acordo: basta excluir do texto o mal-amado "backstop" (a união alfandegária temporária).

Do continente já vieram as primeiras indicações de que a via-crúcis de May está longe de acabar. O presidente da França, Emmanuel Macron, disse antes mesmo da votação da proposta no Parlamento britânico que o acordo de separação finalizado há dois meses "é o melhor possível e não é renegociável".

+ Primeiro-ministro da Palestina renuncia ao cargo

Segundo ele, um divórcio sem acordo "é algo que ninguém quer, mas para o qual todos precisamos nos preparar".

Pois os parlamentares britânicos tornaram esse cenário mais improvável na noite de terça. Em outra votação, aprovaram um plano para tirar do horizonte a possibilidade de um brexit sem acordo.

Aqui, o resultado constitui uma derrota para o governo May, que sempre insistiu no argumento de que só havia duas rotas possíveis para o adeus britânico à UE: a aprovação do texto acertado por Londres e Bruxelas em novembro ou o "no deal", a ruptura a seco, sem período de transição e condições negociadas.

A primeira-ministra não é obrigada a seguir a decisão do Parlamento, mas sofrerá pressão política para tanto, sobretudo se lembrar da derrota acachapante (por 230 votos) que sofreu quando submeteu pela primeira vez o acordo à apreciação de seus pares, em 15 de janeiro.

Um aspecto curioso da sessão dessa terça é que, apesar de deixarem claro que desprezam o "no deal", os parlamentares se eximiram da responsabilidade de evitá-lo.

Cinco propostas que, de uma forma ou de outra, davam ao plenário a prerrogativa de forçar o governo a adiar o brexit, hoje programado para 29 de março, ou aumentavam o poder do Legislativo para discutir alternativas como um novo referendo e um brexit mais suave (com união aduaneira permanente com a UE), foram rejeitadas.        

No começo da sessão, May disse que os parlamentares poderão votar em 14 de fevereiro sobre o hipotético novo acordo com a UE. Não havendo essa nova versão, o plenário votará sobre quais devem ser os próximos passos do processo de separação, segundo a primeira-ministra. Com informações da Folhapress. 

Leia também: Internet cai na Venezuela em véspera de novo protesto contra Maduro

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 22 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

fama Televisão Há 23 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

mundo Catástrofe 04/11/24

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia

fama Óbito Há 18 Horas

Detalhes sobre o funeral de Liam Payne são divulgados

fama Mortes Há 21 Horas

Todos os famosos que morreram em 2024 e alguns você nem lembrava

justica Desvio 04/11/24

Funcionário de empresa confessa desvio de R$ 500 mil para apostar no Jogo do Tigrinho

mundo Uganda Há 18 Horas

Raio cai em igreja e mata 14 pessoas durante culto em Uganda

fama Maternidade Há 23 Horas

Nasce primeiro filho de atriz Margot Robbie, diz revista

fama Cantora Há 20 Horas

Rihanna diz que torcia pela seleção brasileira e era fã de Ronaldinho Gaúcho

mundo Estados Unidos Há 23 Horas

Trump sinaliza apoio à ideia de tirar flúor da água, se eleito presidente dos EUA