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O turismo no Rio de Janeiro vem crescendo a um ritmo de 4% a 5% ao ano, acima do nível das principais capitais do mundo, informou à Agência Brasil o especialista em Turismo da Fundação Getulio Vargas Projetos (FGV Projetos), André Coelho.
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Para ele, o Rio de Janeiro é, historicamente, uma cidade importante para a atração de visitantes para o Brasil. O processo teve início no período colonial, quando o Rio de Janeiro recebia mercadores que não só traziam sua experiência, como falavam das belezas naturais e das características da cidade ao retornarem a seus países de origem. “Era um porto seguro, porque se tratava de uma baía. Então, desde a época da colônia, o Rio já despontava como cidade relevante para os visitantes”, observou.
Na fase pós-colônia, disse que o município passou a ser um ponto de parada regular para muitas viagens internacionais. “Isso fez também com que o Rio de Janeiro desenvolvesse uma característica internacionalizada”. No século 20, a cidade começou a ganhar força devido à exposição de sua música, com destaque para a Bossa Nova, e pelo fato de a capital ser aqui à época, o que a tornou muito conhecida.
Por volta dos anos de 1970 e 1980, o Rio de Janeiro se consolidou lá fora como destino referência do Brasil. “Quando você pergunta a um turista potencial, aquele que não visitou o Brasil ainda, o que lhe vem à mente, entre as primeiras coisas que ele diz estão o Rio de Janeiro, o carnaval, o Corcovado, o Cristo Redentor, que são todos símbolos do município. O Rio de Janeiro é muito importante enquanto representação do Brasil no exterior”.
O especialista da FGV Projetos disse que a Copa do Mundo de Futebol deu muita visibilidade para o Brasil e, em consequência, para o Rio de Janeiro. Ele acredita que o saldo dos Jogos Olímpicos, que ocorrerão na cidade em 2016, será também positivo, em termos de legado de imagem para o município e o país.
O turismo desenvolve a cidade economicamente, “é um grande gerador de empregos”, salientou. Por ser um segmento de serviços, o turismo emprega bastante mão de obra, desde a mais qualificada até a menos capacitada. “É um setor importante na sua cadeia como um todo, que engloba as áreas de hospitalidade, hotelaria, restaurantes, fornecedores, transportadoras, entre outras, que se beneficiam da geração de emprego”.
Coelho aposta que o turismo no Rio de Janeiro vai continuar se desenvolvendo, mas alertou ser necessário que a cidade melhore cada vez mais as condições para os visitantes, “para que essa troca se potencialize”. Lembrou que o turista de hoje pesquisa, compara, analisa preços e prejulga o seu destino na internet, em conversa com outras pessoas, antes mesmo de viajar.
Avaliou que a cidade deve aproveitar as obras em curso para melhorar a infraestrutura, porque isso é essencial para o desenvolvimento do turismo. O melhor turista, disse ele, é aquele que vem, gasta e volta falando bem da sua viagem. É importante que o turista possa fazer tudo sozinho, se transportar pela cidade e se comunicar por meio de placas de sinalização e informações em outros idiomas, “Isso é importante para que ele possa interagir com a cidade, voltar satisfeito e fazer a melhor propaganda, que é o boca a boca, ainda que virtual”, indicou.