Banco central dos EUA sinaliza pausa do ciclo de alta dos juros

A Bolsa de Valores de São Paulo ganhou força ao final do pregão

© iStok

Economia bolsa 30/01/19 POR Folhapress

O banco central americano decidiu nesta quarta-feira (30) manter os juros na faixa entre 2,25% e 2,5% ao ano, ao mesmo tempo em que retirou do comunicado a menção a aumentos graduais da taxa, em movimentação que alguns analistas leram como sinalização de que o órgão poderá não subir juros em 2019.

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A Bolsa de Valores de São Paulo ganhou força ao final do pregão e voltou a se aproximar das máximas do dia após a decisão do Fed e fechou em alta de 1,5%. As Bolsas americanas também ganharam força e caminharam para altas superiores a 1,5%.

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O dólar já havia fechado quando a decisão do Fed foi divulgada. A moeda americana encerrou o dia perto da estabilidade, cotada a R$ 3,7240.

O Fed também emitiu um comunicado separado sobre o balanço de pagamentos da autoridade monetária, que era objeto de preocupação de analistas pelo efeito que pode ter sobre a economia.

"À luz dos desenvolvimentos econômicos e financeiros global e das suaves pressões inflacionárias, o comitê será paciente conforme determina quais futuros ajustes à meta da faixa de juros de fundos federais podem ser apropriados para suportar esses desdobramentos", indicou o Fed em comunicado.

Michael Pearce, economista sênior para EUA da Capital Economics, diz que as maiores surpresas no comunicado foram a retirada da referência a "aumentos graduais adicionais" e a adoção da frase que o comitê vai esperar para ver quais ajustes à faixa de juros podem ser apropriados.

No mercado financeiro, muitos especialistas viram a retirada dessa frase como um indício de que o Fed poderia manter os juros no atual patamar, em meio a preocupações com uma desaceleração econômica global e, particularmente, nos EUA.

Em entrevista após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, negou que a mudança de sinalização do banco central tenha sido motivada politicamente.

Desde julho do ano passado, o presidente americano, Donald Trump, tem sido um forte crítico das altas de juros do Fed, afirmando que vão prejudicar a economia do país.

Nesta quarta, Powell descartou que a autoridade monetária tenha feito "considerações políticas" ao tomar a decisão. "A única coisa com a qual nos importamos no Fed é em fazer nosso trabalho para a população americana e em usar nossas ferramentas", disse.

"Nós sempre vamos fazer o que achamos ser a coisa certa, nós nunca vamos levar considerações políticas em conta ou discuti-las como parte de nosso trabalho. Nós somos humanos, erramos, mas nós não vamos cometer erros de caráter ou integridade."

Em relatório, a Capital Economics considera que a decisão do banco central americano de ser mais "paciente" com os aumentos de juros no país reforça as expectativas de que o Fed está perto de encerrar o ciclo de alta.

"Nós achamos que uma desaceleração econômica aguda durante este ano significa que o Fed vai cortar juros no início de 2020", afirma Pearce. Para ele, a linguagem adotada pelo banco central dos EUA no comunicado foi mais tolerante que a esperada pela casa de análises.

Apesar da mudança no tom do comunicado, Pearce avalia que não é possível descartar um aumento na reunião do Fed de março, enquanto que uma alta no segundo semestre é duvidosa. A casa mantém a aposta em mais uma elevação, na reunião de abril/maio ou de junho. "Mas nós daríamos muito mais ênfase na nossa previsão para uma desaceleração aguda do crescimento econômico mais à frente, o que nós esperamos que forçará o Fed a cortar juros em 0,75 ponto percentual em 2020. Com informações da Folhapress. 

 

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