Novos protestos na Venezuela exigem ajuda humanitária

UE faz reunião nesta quinta-feira (31) para tratar crise no país

© Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Mundo crise política 31/01/19 POR Ansa

Centenas de venezuelanos foram às ruas nessa quarta-feira (30), em mais um protesto contra o governo de Nicolás Maduro, para exigir ajuda humanitária, o fim da "usurpação" do poder, novas eleições e o apoio dos militares do país. As manifestações foram convocadas pelo autoproclamado presidente e líder da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, reconhecido por diversos países da comunidade internacional, como Brasil, Estados Unidos, além do Grupo de Lima. A União Europeia (UE), por sua vez, é a favor de um novo pleito.

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Durante os atos, os venezuelanos carregaram cartazes com as seguintes frases: "Emergência humanitária e, ou, o usurpador sai", "Deixem entrar ajuda humanitária e se coloquem ao lado do povo".

Muitas pessoas chegaram a bloquear estradas próximas a hospitais atingidos pela grave escassez de medicamentos e suprimentos, além da falta de médicos e enfermeiros que fugiram do país em decorrência da crise econômica.

+ Supremo da Venezuela proíbe Guaidó de deixar o país

"Não temos medo, queremos liberdade", gritavam os militantes. Guaidó aderiu ao protesto no Hospital Universitário de Caracas, na Universidade Central, e de lá descartou a fuga do país ante as medidas cautelares impostas pela Suprema Corte de Justiça (TSJ) contra ele.

"Uma proibição de saída absolutamente não me preocupa, estou preocupado que as pessoas retornem à Venezuela", disse o líder da oposição. Guaidó ainda criticou Maduro e disse que ele não reconhece a situação de emergência humanitária, os migrantes, e não sabe que há pacientes que morrem por falta de suprimentos e medicamentos".

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Além disso, o opositor afirmou que, antes da mobilização, recebeu uma ligação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que declarou "completo apoio" ao seu movimento. Segundo ele, foi uma "boa conversa", assim como teve com os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Chile, Sebastian Piñera.

"O importante é o total apoio a esse movimento autônomo e ao reconhecimento de nossa administração", ressaltou. Maduro, por sua vez, comandou algumas manobras militares no Forte Tiuna, considerado o maior complexo militar de Caracas, onde denunciou que "mercenários desertores" estão tentando rachar suas forças armadas a partir da Colômbia.

Nesta quinta-feira (31), Guaidó afirmou que tem tido "reuniões clandestinas com membros das forças armadas e de segurança", segundo artigo publicado no jornal norte-americano "New York Times". "A retirada do apoio militar de Maduro é essencial para permitir uma mudança no governo e a maioria dos que estão no serviço concordam que os recentes julgamentos do país são insustentáveis", diz o texto.

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Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela no último dia 23 de janeiro. A atitude foi denunciada por Maduro como "um golpe de Estado" executado pelos Estados Unidos para "impor um governo fantoche" que levantou a tensão política na nação. A oposição não reconhece Maduro, que jurou seu segundo mandato de seis anos há cerca de três semanas, porque assegura que sua reeleição é resultado das eleições de maio passado, descritas como fraudulentas pelos anti-chavistas e por uma grande parte da comunidade internacional.

México e Uruguai Os governos mexicano e uruguaio anunciaram ontem(30) a convocação de uma cúpula internacional de países e organizações com "posições neutra" para discutir a crise na Venezuela no próximo dia 7 de fevereiro, a ser realizada em Montevidéu, informou o ministério das Relações Exteriores do Uruguai, em comunicado. União Europeia (UE) Nesta quinta-feira (31), o Parlamento Europeu se reúne em Bucareste, na Romênia, tendo a crise enfrentada pelo governo Maduro no topo da agenda.

O encontro será presidido pela Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, que recentemente afirmou que Bruxelas tomaria "novas medidas", incluindo o reconhecimento da nova liderança da Venezuela, se o líder chavista não convocasse novas eleições nos próximos dias.

Em paralelo, pelo menos cinco países da UE, como Portugal, Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, deram a Maduro oito dias para convocar o pleito. A contagem teve início no último sábado (26). (ANSA)

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