© REUTERS / Washington Alves 
Uma semana após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), o Rio Paraopeba está morto a 40 km de distância da barreira rompida, segundo análise da Fundação SOS Mata Atlântica, divulgada neste sábado (2).
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“Em todas as expedições que a SOS faz nos 17 estados do Bioma Mata Atlântica, nas grandes bacias, nos grandes rios, a gente nunca viu um rio morto desta forma. A gente diz que o rio está morto porque ele não tem nada de oxigênio na água, não tem nenhuma condição de abrigar vida aquática, espécie alguma e muito menos da água ser utilizada por qualquer pessoa", afirmou Malu Ribeiro, especialista em águas da ONG.
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De acordo com o G1, representantes da ONG já analisaram a água em 4 pontos do Rio Paraopeba desde a última quinta-feira (31). Além disso, devem ser realizados exames em mais 16 pontos nos 356 km do rio, de Brumadinho à Hidrelétrica Retiro Baixo e o reservatório de Três Marias, em Felixlândia.
"Essa água não pode ser utilizada pra nada. É uma água, realmente, morta", completou Malu Ribeiro.
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No entanto, Malu Ribeiro ainda acredita que o rio pode ser recuperado. “Os grandes rios têm uma grande capacidade de regeneração. Mas, pra que isso aconteça, é fundamental que toda a mata que ele perdeu com essa devastação seja recomposta, que o solo seja recomposto, porque é justamente a floresta que mantém o ciclo hidrológico. E é isso que o rio precisa agora.”
Neste sábado (2), a equipe da SOS Mata Atlântica iniciou as atividades nos municípios de Pará de Minas e Juatuba. “Nessa região é onde está sendo feita a barragem de contenção de rejeitos em área de captação de água. Lá, conseguiremos saber se essa estratégia está funcionando ou não“, explicou Malu Ribeiro.