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Logo que saiu do plenário, pouco antes das 20h40 de sábado (2), Davi Alcolumbre (DEM-AP), viu sua rotina mudar, agora que havia se tornado presidente do Senado.
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Assim que botou os pés no Salão Azul, foi cercado por seguranças, jornalistas e até youtubers que faziam homenagens e orações. Concedeu duas entrevistas e correu para seu novo local de trabalho, o gabinete da presidência do Senado.
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Acompanhado de familiares, aliados e assessores, viu a popularidade de seu número de telefone aumentar. Dentre as ligações que recebeu, houve as do presidente do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, dos ministros Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça), do governador de Goiás, seu correligionário, Ronaldo Caiado, e do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli.
Quem acompanhou este último telefonema diz que o clima foi apenas de confraternização, sem constrangimentos ou cobranças por causa da decisão que Toffoli havia tomando horas antes, de madrugada, anulando os efeitos da votação que Davi fizera na sexta-feira (1º), estabelecendo voto aberto para a eleição de presidente do Senado.
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Às 22h30, quando deixou o gabinete, ainda havia jornalistas a espera de Davi. Desta vez, não houve entrevista, apenas rápidos cumprimentos porque os convidados do parlamentar já o aguardavam na residência oficial do presidente do Senado.
A comemoração, que se estendeu pela madrugada deste domingo (3), era dupla porque o pai do senador comemorava aniversário.
Prefeitos, deputados e senadores compareceram ao coquetel. O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), correligionário e um dos principais articuladores da campanha de Davi, também passou pela festa.
A participação de Onyx na disputa foi alvo de críticas até mesmo de aliados, já que o presidente Jair Bolsonaro havia declarado que não haveria interferência do Palácio do Planalto nas eleições do Legislativo.
Onyx e Davi são próximos política e pessoalmente. A mulher do ministro, inclusive, trabalhava no gabinete do senador.
O reeleito presidente da Câmara pela terceira vez, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ignorou, ao menos por algumas horas, as divergências que tem com o grupo de Onyx e Davi.
Além de telefonar para o colega de comando de Legislativo, Maia foi à festa que acontecia na casa vizinha à residência oficial da Câmara, onde o deputado vive desde 2016 com a família.
O novo presidente do Senado ainda não decidiu se vai morar na residência oficial, já que a família –mulher e dois filhos– ainda não bateu o martelo sobre se mudar do Amapá para o Distrito Federal.
Por isso, ao fim da festa, por volta das 4h, ele retornou ao apartamento funcional em que mora.
Apesar da tentativa de se dedicar à família neste domingo, o presidente já estava ao telefone às 6h e tem reuniões marcadas com assessores e parlamentares ao longo do dia.
Além de questões burocráticas mais simples, agora no comando da Casa, Davi tem que resolver assuntos como briga de senadores por gabinetes, formação de blocos para distribuição de comissões e a pauta que priorizará no ano legislativo que começa nesta segunda-feira (4).
Some-se a isso que o restante da Mesa Diretora ainda não foi eleita e o novo presidente tem que autorizar a investigação da suspeita de fraude na primeira votação realizada no sábado, quando apareceram 82 votos de 81 senadores. Com informações da Folhapress.