© Reprodução/Arquivo pessoal
Um dos três filhos de Sabrina Bittencourt, ativista brasileira que denunciou abusos sexuais do médium João de Deus e se suicidou nesse sábado (2), contou à 'Época', por mensagens nas redes sociais, que a morte da mãe se deu no jardim de uma casa no Líbano, para onde costumava viajar. Segundo Gabriel Baum, de 16 anos, a família não autorizará a confirmação de morte a nenhuma autoridade brasileira ou estrangeira.
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"Nenhuma polícia, governo ou hospital atestará a morte de minha mãe. Não vou dar esse prazer para eles", disse o adolescente. "Minha mãe não é propriedade do Estado. O Itamaraty ou qualquer governo corrupto do mundo jamais terá qualquer informação sobre a minha mãe", completou. Gabriel contou que viu a mãe pela última vez em Paris, antes de ela viajar para Barcelona e depois para o Líbano.
O filho de Sabrina disse que o velório deve acontecer "em dois ou três dias", dependendo do prazo para o embalsamento do corpo a partir de uma "técnica ancestral". Ele, no entanto, não divulgou o nome da cidade libanesa. Disse apenas que a morte "aconteceu em meio a uma comunidade, perto de uma oliveira", onde a mãe deve ser enterrada. "Ela fez questão de morrer num país em que sempre foi bem tratada e que tinha sua árvore favorita", contou Gabriel.
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Sabrina era judia sefardita (termo usado para designar descendentes de judeus originários de Portugal e Espanha) e fazia parte de grupos militantes que lutavam pela paz na Palestina, segundo a revista.
A informação que a ativista morreu no Líbano é diferente do que havia sido divulgado anteriormente. Nesse domingo (3), Maria do Carmo, a presidente do grupo Vítimas Unidas, para o qual a vítima colaborava, havia informado que a morte se deu em Barcelona. Já o filho disse que a mãe realmente estava na Espanha, mas o suicídio aconteceu no Líbano. "Eu agradeço e entendo a boa vontade da Maria do Carmo, mas ela se baseou numa informação incompleta, porque falou com a minha mãe na quinta-feira e ela [Sabrina Brittencourt] estava em Barcelona. (...) Ela [Maria do Carmo] não fez por mal", explico.
Devem comparecer ao velório a namorada de Sabrina, uma atleta de ascendência libanesa e francesa, de 32 anos, com quem a ativista se relacionava havia dois anos. O ex-marido e amigo Rafael Tedesco, que, segundo o adolescente, está "dopado de calmantes, sem condição de falar". Além dos três filhos (os irmãos de Baum têm oito e dez anos) e duas líderes espirituais.