© POOL New/Reuters/Foto de Arquivo
O papa Francisco cogitou nesta terça-feira (5) a hipótese de uma mediação da Santa Sé na crise na Venezuela, desde que seja um desejo dos dois lados.
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Na última segunda (4), Nicolás Maduro disse ter mandado uma mensagem a Jorge Bergoglio pedindo sua ajuda para instaurar um diálogo político no país. Francisco afirmou que ainda não leu a carta, mas prometeu "ver o que é possível fazer".
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"Mas para que se dê o último passo, a mediação, é necessária vontade política de ambas as partes. Ambas as partes devem pedir. Assim foi com Argentina e Chile", declarou o Papa no retorno de sua viagem a Abu Dhabi, em referência à mediação de João Paulo II para um acordo de paz entre Argentina e Chile, que batalhavam por ilhas no Canal de Beagle.
A Igreja já tentou buscar uma solução pacífica para a crise na Venezuela, mas não obteve frutos, ao contrário de suas mediações para a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos e nas negociações de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
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"Lerei a carta e vou ver o que se pode fazer, mas a condição inicial é que ambas as partes peçam. Nós estamos sempre dispostos. É como quando as pessoas vão ao pároco por problemas entre marido e mulher: é necessária a vontade de ambos", acrescentou.
Quem também se juntou aos pedidos por diálogo foi a Rússia, principal aliada de Maduro e que cobrou que governo e oposição se sentem à mesa de negociações. "Do contrário, acontecerá a mudança de regime à qual o Ocidente tanto almeja. Não há um único país onde a vida tenha melhorado após uma mudança de regime", disse o chanceler russo, Sergei Lavrov. (ANSA)