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O papa Francisco admitiu nesta terça-feira (5) que os abusos sexuais de clérigos contra freiras são "um problema" na Igreja Católica e cogitou até fechar congregações religiosas envolvidas em escândalos.
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Apesar dos inúmeros casos de pedofilia no clero, esse é um dos maiores tabus dentro da Santa Sé, embora tenha começado a virar notícia por causa de movimentos mundiais contra a violência sexual.
Recentemente, a União Internacional das Superioras Gerais (Uisg), entidade que reúne líderes de congregações religiosas do mundo todo, divulgou um apelo instando freiras a denunciarem casos de abuso.
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"É verdade, os abusos contra freiras são um problema. Os maus-tratos às mulheres são um problema. Ousaria dizer que a humanidade considera a mulher como de segunda classe", declarou Francisco no voo de volta para Roma após sua viagem a Abu Dhabi.
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"Dentro da Igreja, houve clérigos que fizeram isso, sacerdotes, bispos que o fizeram. Há tempos que estamos trabalhando com isso, suspendemos alguns clérigos. E também, não sei se o processo já terminou, dissolver algumas congregações religiosas femininas que eram muito ligadas a essas coisas", disse.
O Papa reconheceu que é preciso fazer "algo mais" e que "há vontade", mas declarou que esse é um percurso "que vem do passado". "Eu quero seguir em rente. Há casos em algumas congregações novas, e em algumas regiões mais do que em outras", acrescentou.
Francisco encerrou nesta terça-feira uma viagem inédita aos Emirados Árabes Unidos, onde assinou um documento sobre a "Fraternidade Humana" com o grande imã da mesquita de Al Azhar, Ahmad al Tayyeb, principal autoridade do Islã sunita.
"Para mim, há apenas um perigo neste momento: a destruição, a guerra, o ódio entre nós. E se nós, fiéis, não somos capazes de nos abraçar, nos beijar, dar a mão e rezar, nossa fé será derrotada", alertou, também no avião papal. (ANSA)