© Denis Balibouse/Reuters
Com a suspensão pela Justiça das atividades da mina de Brucutu, em Minas Gerais, a Vale informou a clientes que não conseguirá cumprir todos os seus compromissos de entrega de minério de ferro. A empresa anunciou nesta terça (5) que está declarando "força maior" em uma série de contratos.
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Cláusulas de "força maior" preveem a suspensão de penalidades a fornecedores que não conseguem cumprir os compromissos por razões externas. A Vale não informou quem são os clientes nem qual volume deixará de ser entregue.
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A empresa questiona a decisão da Justiça, anunciada na segunda (4) em resposta a ação civil pública promovida pelo Ministério Público de Minas Gerais, e diz que está recorrendo. A mina é a maior do estado, com produção de 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
A ação conseguiu suspender as atividades em oito barragens de rejeitos da região, o que inviabiliza a operação de Brucutu. A produção da mina equivale a cerca de 7,5% do volume extraído anualmente pela mineradora.
Há uma semana, a Vale já havia anunciado a suspensão de dois outros complexos produtores de minério em Minas Gerais, com capacidade total de 40 milhões de toneladas por ano, para eliminar barragens de rejeito construídas com o mesmo método da estrutura que ruiu no último dia 25 em Sobradinho (MG).
Nesta segunda, a companhia suspendeu de fato as operações do Complexo Vargem Grande, em Nova Lima, que tem capacidade para produzir 13 milhões de toneladas por ano. O Complexo Paraopeba, em Brumadinho, já está paralisado desde a tragédia do fim de janeiro.
A expectativa é que as duas unidades fiquem paradas por um prazo máximo de três anos, enquanto a mineradora descomissiona as barragens com alteamento a montante.
No mercado, esperava-se que a perda de produção fosse substituída por outras operações da companhia, com baixo impacto no resultado final. Com a paralisação de Brucutu, porém, as operações suspensas equivalem respondem por 17,5% da produção da companhia.
Em comunicado ao mercado financeiro, a Vale disse que "reforça seu entendimento de que não existe fundamento técnico ou avaliação de risco que justifique a decisão de suspender a operação". Com informações da Folhapress.