Hamilton teve início de carreira tumultuado por diretor da escola

"Eu tive muita dificuldade na escola porque era disléxico e porque eu sempre estava atrasado em relação aos outros, já que sempre estava correndo", contou o piloto

© REUTERS

Esporte Piloto 07/02/19 POR Folhapress

Lewis Hamilton se prepara para buscar o sexto título na Fórmula 1 e hoje é um dos esportistas mais bem pagos do mundo, dono de uma fortuna estimada em US$ 280 milhões. Mas a caminhada desde uma moradia subsidiada pelo governo nos subúrbios de Stevenage, cidade ao norte de Londres, até se tornar um dos maiores esportistas do Reino Unido teve um grande vilão: o próprio diretor da sua escola.

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Hamilton conta que sempre teve problemas de aprendizado devido à dislexia, dificuldade de processar palavras e coordená-las, o que acaba gerando deficiências especialmente de leitura. Mas a resistência do diretor em apoiar sua carreira no kart, que começou quando ele tinha apenas oito anos, acabou complicando ainda mais sua vida escolar.

"Eu tive muita dificuldade na escola porque era disléxico e porque eu sempre estava atrasado em relação aos outros, já que sempre estava correndo. Eu saía na quinta-feira, então perdia pelo menos meio período na quinta, e a sexta-feira inteira de aula", contou o pentacampeão da F-1 ao podcast oficial da categoria.

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"O diretor da minha escola era um completo idiota -ele nem merece que eu mencione o nome dele. Já que ele não concordava que eu perdesse aulas por conta do kart e não me apoiava, quando eu chegava na escola na segunda-feira, ele me deixava de castigo por ter perdido a aula de sexta. Eu ficava o dia inteiro sentado na porta do escritório dele, que ficava num corredor estreito, olhando para o teto. Daí voltava para a escola na terça e levava outra suspensão por não ter feito a lição de casa. Tinha problemas constantemente."

Hamilton revelou que a resistência do diretor em relação a sua carreira não acabou mesmo quando ele assinou contrato com a McLaren, quando tinha 13 anos. "Mesmo quando mostramos a ele que era uma grande oportunidade, e perguntamos se a escola poderia ajudar, o diretor disse que não, que eu não podia viajar. Hoje em dia gosto de imaginar que ele me vê na TV e fala que me ajudou a chegar onde cheguei. Ele era esse tipo de idiota."

Os problemas de Hamilton na escola só pioraram quando ele foi expulso, aos 15 anos, junto de outros cinco garotos, sob a acusação de ter atacado um colega. Ele conseguiu provar que tinha sido confundido com outro menino, e reverteu a decisão. Porém, nessa época, já tinha desistido de tentar seguir sozinho a escola, e contava com a ajuda da McLaren para conseguir se formar.

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"A McLaren me ajudou a ter um tutor particular, com quem eu estudava antes e depois de ir para a escola. Foi a pior parte da minha vida. O divertido era só ir para a pista e pilotar. Mas todo o resto? Eu nem podia brincar com meus amigos porque tinha que fazer o reforço escolar. Foi uma época horrível. Eu odiava a escola mais do que qualquer outra coisa na vida."

Não que a vida de Hamilton tenha sido muito mais fácil fora da escola. Ele conta que era comum os pais de outros pilotos tentaram desencorajá-lo a seguir carreira no automobilismo. "Pais de outros pilotos chegavam para mim e falavam 'cara, você não é bom o bastante, nunca vai chegar lá'. Homens feitos falando isso para uma criança de oito, nove anos! Isso me desanimava um pouco, e teve um cara em especial que forçava mais. Mas quando eram meus professores que faziam isso, isso me machucava muito."

Hamilton acabou se formando no que seria o equivalente ao Ensino Médio por meio de uma espécie de supletivo, apoiado pela McLaren, que também o guiaria do kart até a estreia e o primeiro título na Fórmula 1. Com informações da Folhapress. 

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