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A Vale, empresa responsável pela barragem que se rompeu em Brumadinho (MG) e deixou até agora 150 mortos, se corrigiu e afirmou, nesta quinta (7), que "não há, ainda, nenhuma decisão sobre a suspensão do reaproveitamento de rejeitos" economicamente.
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Na quarta (6), a empresa havia informado que não reprocessaria mais os rejeitos de mineração de suas barragens, mas mudou a informação agora.
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Desde 2016 a empresa dá sobrevida comercial a esses rejeitos ao extrair minérios finos que sobram do processo de mineração. O chamado pelletfeed fines é usado pela Vale para criar o BRBF (Brazilian Blend Fines), produto que mistura esses minérios com o tipo extraído no Sistema Norte de Carajás, mais nobre.
A extração de minérios finos em rejeitos só é possível em barragens a montante, técnica apontada por especialistas como a forma mais barata, e mais perigosa, de conter rejeitos.
A barragem que rompeu em Brumadinho foi construída a montante e estava inativa, segundo a empresa. Em dezembro, a Vale obteve licença ambiental para retomar as atividades na barragem justamente para extrair os minérios finos dos rejeitos.
Apesar de possuir teores de ferro menores do que os minérios extraídos das minas, o refino captado nas barragens localizadas no Quadrilátero Ferrífero, no centro-sul de Minas Gerais, onde fica Brumadinho, apresenta concentrações significativas do material.
Questionada sobre a expectativa de extração de refino de minério nas barragens, a Vale afirmou que não divulga projeções e que o valor flutua de acordo com a procura do mercado.
Especialistas dizem que o refino de minério em barragens torna-se rentável quando sobe o preço do ferro, como tem ocorrido desde o ano passado.
Segundo uma amostra captada na barragem 1 do Córrego do Feijão (a que se rompeu) e que consta em estudo da empresa de 2014, os rejeitos contidos ali apresentavam teores médios de 48,08% de ferro. Com o método de separação magnética, chegou-se a um concentrado com até 67,54%. Com informações da Folhapress.