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O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, se recusou nesta segunda-feira (11) a responder perguntas da imprensa sobre o incêndio que matou dez pessoas no centro de treinamento do clube na sexta (8). Ele participou de reunião com autoridades no Ministério Público do Rio de Janeiro, na qual foram discutidas ações de apoio às famílias das vítimas.
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É o quarto dia consecutivo sem respostas por parte do clube. Assim como no dia do incêndio, Landim fez um pronunciamento, mas saiu sem responder a perguntas. No sábado, o diretor-executivo do Flamengo, Reinaldo Belotti, fez pronunciamento na sede do clube, mas também saiu sem permitir questionamentos.
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Permanecem sem repostas questões sobre por que os jovens dormiam em alojamento provisório não vistoriado pelo Corpo de Bombeiros, por que o clube mantém atividades em um centro de treinamentos que não tem alvará da prefeitura, por que não havia monitores próximos aos jogadores, todos eles menores de idade, dentre outras.
Em seu discurso no Ministério Público, Landim disse que o Flamengo espera resolver o mais rápido possível as questões legais para manter a operação do CT e que o foco no primeiro momento era dar assistência às famílias. "Não poupamos recursos para tentar minimizar a dor das famílias", disse.
Ele defendeu que as atividades do centro de treinamento seja retomadas, alegando que "uma série de rapazes têm a vida em torno daquele centro de treinamento".
"Oferecemos educação, assistência médica, assistência odontológica. É fundamental que a gente dê continuidade ao trabalho que a gente tem feito", afirmou.
Nesta terça, o local será vistoriado por representantes do Ministério Público, Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública, prefeitura e Corpo de Bombeiros. "Amanhã começamos perícias amplas sobre as condições do centro de treinamento para ver se há necessidade de interrupção plena ou parcial das atividades", disse o procurador-geral do Rio, Eduardo Gussem.
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Ele defendeu que a ação da Promotoria no caso está sendo rápida. "Estamos nos reunindo no primeiro dia útil após o evento", respondeu, quando perguntado porque não houve medidas preventivas antes do incêndio.
O clube foi multado 31 vezes pela prefeitura por falta de documentação legal."Não houve, por parte do Corpo de Bombeiros, nenhum pedido para que avaliássemos a situação [das instalações]", afirmou o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho do Rio, Fábio Goulart Villela.Ele disse que, agora, vai iniciar fiscalizações em centros de treinamento dos outros clubes do Rio.
As autoridades presentes evitaram comentários sobre responsabilização criminal, alegando que é necessário esperar o resultado das investigações. "Não quero cometer juízo de valor sem avaliar laudos técnicos", disse Villela.
"Só ao final da investigação da Polícia Civil é que teremos as devidas explicações", afirmou o chefe da Defensoria Pública, Rodrigo Pacheco.
INDENIZAÇÕES
Landim disse que o clube tem o interesse em indenizar as famílias "o mais rápido possível". Foi criado um grupo com participação do Ministério Público do Trabalho e da Defensoria Pública para negociar indenizações. De acordo com o chefe da Defensoria Pública, uma indenização negociada pode agilizar o pagamento às vítimas.
Segundo ele, a falta de documentos para funcionamento do CT não interfere no valor das indenizações. As autoridades não falaram em valores, alegando que é preciso negociar com as famílias. Pacheco disse que famílias que não aceitarem as negociações poderão recorrer à Justiça, mas que o processo é mais demorado.As autoridades agendaram nova reunião com o clube para a próxima sexta (15). Com informações da Folhapress.
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