© Andres Stapff/Reuters
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Após semanas de impasse e contradições, a Itália se posicionou oficialmente hoje (12) em relação à crise política na Venezuela. Roma disse considerar o governo do venezuelano de Nicolás Maduro "ilegítimo" e pediu novas eleições no país sul-americano. No entanto, evitou reconhecer o deputado opositor Juan Guaidó como o novo líder.
"O governo italiano pede o quanto antes novas eleições presidenciais democráticas na Venezuela", disse o ministro das Relações Exteriores, Enzo Moavero Milanesi, em declaração à Câmara dos Deputados. "O governo está preocupado com a emergência humanitária e está trabalhando para proporcionar soluções não conflitantes. O governo considera inaceitável e condena firmemente todo o tipo de violência, expressando-se a favor de uma solução pacífica", declarou o chanceler.
Segundo ele, "o governo considera que as eleições presidenciais passadas não atribuem legitimidade democrática a quem venceu, ou seja, a Nicolás Maduro". "As novas eleições presidenciais continuam sendo, para nós, a via para uma solução", garantiu Moavero.
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Pela manhã, houve uma reunião no Palácio Chigi, em Roma, no qual os líderes do Movimento 5 Estrelas (M5S) e da Liga Norte chegaram a um consenso sobre a posição a adotar em relação à crise na Venezuela. O acordo foi alcançado em formato de moção, a ser apresentada ao Parlamento italiano.
O texto orienta o governo a "assumir toda iniciativa útil, inclusive nas sedes da União Europeia, até que seja afrontada como prioridade a emergência humanitária e a crise econômica e social, garantindo o fluxo necessário de ajudas, em respeito ao direito internacional". A moção depositada na Câmara é composta de vários pontos, entre eles o empenho do governo de tutelar os italianos residentes na Venezuela e de empresas italianas que operam no país.
O segundo fala da emergência humanitária, enquanto o terceiro condenada "com força qualquer forma de violência, repressão ou conflito armado na Venezuela". A posição oficial do governo da Itália vem após semanas de impasse e discussões entre a bancada governista. De um lado, o "antissistema" Movimento 5 Estrelas (M5S) pedia tolerância com Maduro e não intervenção externa. De outro, o ultranacionalista Liga Norte defendia um apoio enérgico a novas eleições na Venezuela e ao fim do governo do sucessor de Hugo Chávez.
A situação fez com que a Itália recebesse críticas de outros países da União Europeia, que a acusaram de não se posicionar diante de uma crise de tamanha magnitude. Ontem, membros do governo italiano se reuniram com uma delegação enviada por Guaidó, que pede há dias que Roma o reconheça como novo presidente interino. (ANSA)