© Reuters / Washington Alves
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) determinou multa à Vale por entender que houve falha nas ações de salvamento de animais silvestres e domésticos após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
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Foi o sexto auto de infração à mineradora. De acordo com o instituto, empresa deve pagar multa diária de R$ 100 mil, aplicada desde sexta (8), até que seja executado de forma integral e satisfatória o plano de resgate, que inclui, entre outras medidas, a instalação de hospital de campanha para reabilitação dos animais e centro para triagem e abrigo. O valor é o máximo previsto para a infração em decreto que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais.
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O Ibama diz que havia determinado, por meio de notificação em 26 de janeiro -um dia após a tragédia-, que a mineradora iniciasse em até 24 horas a execução do plano de salvamento de fauna e entregasse relatórios diários sobre os animais resgatados. Em vistorias, porém, agentes ambientais apontaram atrasos na realização das obras. Além disso, os relatórios enviados não atendem integralmente as exigências.
A Vale afirmou que todas as exigências contidas no auto de infração foram devidamente atendidas, segundo a Agência Brasil. A empresa diz também já ter prestado os esclarecimentos solicitados.
Nos outros autos de infração -as multas somam R$ 250 milhões, a mineradora foi punida por causar poluição que possa resultar em danos à saúde humana; tornar área urbana ou rural imprópria para a ocupação humana; causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento de água; provocar o perecimento de espécimes da biodiversidade; e por lançar rejeitos de mineração em recursos hídricos, afirma a Agência Brasil. Outra multa, no valor de R$ 99 milhões, foi aplicada à Vale pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas.
HOSPITAL DE CAMPANHA
Em rede social, a Vale afirma que uma força-tarefa para resgatar e atender os animais foi criada logo após o rompimento da barragem.
O trabalho foi coordenado pelo CRVM-MG (Conselho Regional de Medicina Veterinária), mas, além desse grupo, ONGs e protetores independentes também seguiram para a região para socorrer cães, gatos, pássaros, bois, cavalos e outros animais afetados pela lama. Muitos ficaram presos, e outros morreram arrastados pela avalanche de rejeitos -e não há estimativas sobre eles.
A Brigada Animal encerrou os trabalhos no sábado (9). Durante 16 dias de trabalho, foram recolhidos e assistidos cerca de 400 bichos -entre resgatados e devolvidos aos donos, que foram atendidos nas propriedades de seus tutores ou que foram acolhidos na fazenda.
O CRMV informou que 121 animais continuavam nas fazendas disponibilizadas pela Vale e ficarão sob os cuidados da empresa, que contratou uma equipe de médicos veterinários e disponibilizou estrutura clínica.
Dos animais acolhidos, a maioria são cães -foram ao menos 65, e nove nasceram após o resgate- e bois -40. Também há gatos, cavalos, patos e galinhas, entre outros. Com informações da Folhapress.