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Sob vaias e xingamentos aos jogadores, ao técnico André Jardine e ao presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o São Paulo deu adeus à Libertadores.
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Nesta quarta (13), a equipe empatou com o Talleres por 0 a 0, no Morumbi, pela segunda fase da principal competição sul-americana. O placar foi insuficiente porque, no jogo de ida, realizado há uma semana, os argentinos haviam vencido por 2 a 0, em Córdoba.
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A desclassificação deixa o treinador André Jardine em situação delicada. Efetivado no cargo em novembro de 2018, após a demissão de Diego Aguirre, ele corre o risco de ser demitido.
Cuca, que deixou o Santos no final do ano passado, é o nome mais cotado para assumir o comando do clube caso a demissão se confirme.
A pressão pela demissão de Jardine ganhou força com a derrota para o Talleres no jogo de ida. Ele foi uma aposta de Raí, diretor de futebol do clube. Desde que foi confirmado no cargo, Jardine tem um desempenho de 38,5%. São seis derrotas, quatro vitórias e três empates.
Além da campanha ruim, Jardine não conseguiu dar um padrão tático para a equipe neste início de temporada. O São Paulo investiu cerca de R$ 44 milhões em reforços -mais da metade na contratação do atacante Pablo, que custou 26,6 milhões.
A eliminação foi a sétima do São Paulo em seu estádio, palco da conquista da Libertadores de 1992 e 2005, desde 2013. Em dezembro de 2012, o time levantou seu último troféu no local, na Sul-Americana.
As outras seis quedas em casa foram para Corinthians (2013) e Penapolense (2014), pelo Campeonato Paulista, Bragantino (2014) e Athletico-PR (2018), pela Copa do Brasil, e diante do Atlético Nacional (2014) e do Defensa y Justicia (2017), pela Sul-Americana.
Com a queda precoce, o time tem sua pior participação na história do torneio. O clube havia sido eliminado na fase de grupos em 1978, 1982 e 1987. Nessa fase preliminar, que começou a ser disputada em 2005, o time paulista jamais havia sido eliminado -disputou em 2013 e 2016.
O clube do Morumbi é o terceiro brasileiro eliminado na fase preliminar do torneio.
O Corinthians, contra o Tolima (COL) em 2011, e a Chapecoense, no ano passado, diante do Nacional (URU), foram os outros.
Nesta quarta-feira, a equipe demonstrou apatia, desentrosamento e nervosismo. Jardine escalou a equipe com Willian Farias no lugar de Jucilei. As outras alterações em relação ao último jogo foram as entradas de Helinho e Diego Souza nas vagas de Nenê e Hudson, que cumpria suspensão.
Assim, o time teve apenas um volante de marcação, e Hernanes atuou mais recuado. O time, porém, teve dificuldades na criação das jogadas e criou apenas uma oportunidade na etapa inicial. O lance foi em um cruzamento de Helinho para Diego Souza que, livre, cabeceou para fora.
O Talleres conseguiu controlar o jogo e até se arriscou ao ataque, mas também não exigiu do goleiro Tiago Volpi.
No segundo tempo, o São Paulo voltou um pouco melhor. Jardine ainda colocou Nenê e Araruna nas vagas de Helinho e Bruno Peres, respectivamente. A situação, porém, não mudou, e o time tricolor não mostrou nada que empolgasse a torcida. O atacante Everton ainda foi expulso.
Tanto é que, antes da metade da etapa complementar, os torcedores começaram a vaiar a equipe e gritar "time sem vergonha". A torcida ainda gritou o nome de Muricy Ramalho, técnico tricampeão brasileiro com o time e hoje comentarista na televisão.
SÃO PAULO
Tiago Volpi; Bruno Peres (Araruna), Arboleda, Bruno Alves, Reinaldo; Willian Farias (Antony), Hernanes, Diego Souza; Helinho (Nenê), Pablo, Éverton. T.: André Jardine
TALLERES
Herrera; Godoy, Tenaglia, Komar, Díaz; Pochettino (Gandolfi), Cubas, Guiñazu, Ramírez; Palacios (Arias), Dayro Moreno (Valoyes). T.: Juan Pablo Vojvoda
Estádio: Morumbi, em São Paulo
Juiz: Roddy Zambrano (EQU)
Cartões amarelos: Bruno Peres, Éverton e Hernanes (São Paulo); Herrera e Díaz (Talleres)
Cartão vermelho: Éverton (São Paulo)