Nove mortos em confronto entre militares e rebeldes na Caxemira indiana

As mortes desta segunda-feira aconteceram depois que forças de segurança lançaram uma operação contra um rebelde no distrito de Pulwama,

© REUTERS

Mundo PAQUISTÃO 18/02/19 POR Folhapress

Pelo menos nove pessoas morreram nesta segunda-feira (18) na Caxemira indiana, em mais um conflito entre militares e rebeldes de Índia e Paquistão. Os confrontos aconteceram numa operação militar, em resposta ao atentado que matou 41 policiais na região na última quinta-feira (14). 

PUB

Segundo fontes do governo, a polícia indiana matou três militantes do grupo paquistanês Jaish-e-Mohammad (JeM), que assumiu a responsabilidade pelo ataque da semana passada.

"O confronto ainda está acontecendo e as forças de segurança estão em campo", disse a polícia em um comunicado. Quatro soldados indianos, um policial e um civil também foram mortos. Outros nove soldados ficaram feridos. Alguns rebeldes conseguiram fugir.

As mortes desta segunda-feira aconteceram depois que forças de segurança lançaram uma operação contra um rebelde no distrito de Pulwama, a 30 km ao sul de Srinagar. 

+ Haiti volta a mergulhar em onda de protestos violentos e crise política

Desde a semana passada, forças indianas iniciaram uma grande operação para encontrar os rebeldes, suspeitos de praticar o ataque suicida. No domingo, a polícia disse que as forças indianas haviam detido 23 homens suspeitos de ligações com os militantes que realizaram o atentado.

O atentado de quinta-feira (14) e os confrontos desta segunda-feira (18) são os mais graves na Caxemira indiana desde setembro de 2016, quando militantes invadiram um acampamento do exército indiano em Uri e mataram 20 soldados. 

Índia e Paquistão disputam a região da Caxemira desde 1948 e reivindicam o território inteiro como seu, enquanto governam parte dele. A Índia acusa o Paquistão de dar apoio material aos militantes. Islamabad diz que só oferece apoio moral e diplomático à Caxemira muçulmana. 

Em 2019 já são 50 mortos na região. Em 2018 foram 100 civis assassinados em outros episódios relacionados ao conflito.

+ Pelo menos 24 mortos e 15 feridos em acidente com ônibus na Bolívia

A tensão na Caxemira já levou a três guerras e deixou mais de 45 mil mortos. Preocupa o fato de os dois países serem potências nucleares. 

O ataque pode colocar o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, sob pressão política para agir contra os militantes e o Paquistão. Randeep Singh Surjewala, porta-voz do principal partido do Congresso da oposição, acusou Modi de comprometer a segurança.

"Zero ação política e política zero para enfrentar o terror levaram a uma situação de segurança alarmante", disse Surjewala em uma de uma série de tweets.

Modi prometeu que os responsáveis vão "pagar" pelo atentado suicida, que desencadeou uma onda de indignação na Índia, com manifestações e apelo à vingança.

No domingo (17), manifestantes em Nova Délhi, capital da índia, queimaram símbolos de autoridades paquistanesas e do grupo Jaish-e-Mohammed. Em várias cidades houve ataques contra os cidadãos da Caxemira. Nas redes sociais circulam pedidos de vingança, o que preocupa os grupos de direitos humanos.

"Estamos em um momento perigoso e as autoridades devem fazer tudo o que puderem para manter o estado de direito", disse Aakar Patel, chefe da Anistia Internacional na Índia. "Cidadãos da Caxemira, que estão  espalhados em toda a Índia, estão apenas buscando melhorar suas vidas e não devem ser alvo da violência simplesmente por causa de onde eles vêm".

As manifestações também se espalharam para as duas grandes obsessões indianas: o críquete e a indústria cinematográfica de Bollywood.

+ Síria: Reino Unido rejeita apelo de Trump para repatriar jihadistas

Vários torcedores de críquete pediram à Índia que boicote uma partida da Copa do Mundo contra o Paquistão em junho, enquanto o Cricket Club da Índia encobriu um retrato do primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan -ex-jogador de críquete- em seu escritório em Mumbai.

A All India Cine Workers Association pediu a proibição de paquistaneses na indústria cinematográfica. A Confederação de Todos os Comerciantes da Índia pediu uma greve nacional para protestar contra o ataque. Lojas foram fechadas em vários estados. 

A cidade de Srinagar, onde aconteceu o atentado, enfrentou o quarto dia de toque de recolher. Depois do ataque houve incêndios criminosos em propriedades de muçulmanos.

Para restringir o fluxo de informações, a Internet foi cortada em todo estado. A estimativa das autoridades é de que a Índia tenha meio milhão de soldados mobilizados na Caxemira, uma das zonas mais militarizadas do mundo.

Os observadores, no entanto, estimam que a Índia conterá sua resposta no curto prazo. O motivo é a visita à região do príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salmán.

Nova Deli e Islamabad procuram manter boas relações com a Arábia Saudita. Mohamed bin Salmán está hoje (18) no Paquistão e na terça (19) e quarta-feira (20) na Índia. Com informações da Folhapress. 

Leia também: Jovem é morto por seis policiais nos EUA; vídeo mostra execução

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Tiü França Há 17 Horas

Dono de carro que explodiu em Brasília anunciou atentado na internet

politica Brasil Há 19 Horas

Suspeito de explosões tentou invadir STF antes de morrer; veja as imagens

fama Luciano Camargo Há 18 Horas

Luciano fala sobre suposto afastamento de Zezé: "Meu tempo é caro"

fama Gisele Bündchen Há 18 Horas

Gisele Bündchen exibe pela primeira vez barriguinha de grávida em evento

mundo Casamento Há 19 Horas

Casal prepara casamento dos sonhos, mas convidados não aparecem; veja

fama Silvio Santos Há 16 Horas

Fã mostra foto da lápide de Silvio Santos, sepultado em local restrito

fama Fernanda Montenegro Há 17 Horas

Aos 95 anos, atriz Fernanda Montenegro entra para o Guinness

esporte Flamengo Há 17 Horas

Filipe Luís: 'Gabigol não será mais relacionado para jogos do Flamengo até segunda ordem'

lifestyle Doenças oncológicas Há 18 Horas

Câncer colorretal: sintomas iniciais e importância do diagnóstico precoce

politica Atentado Brasília Há 11 Horas

Imagens mostram autor do ataque ao STF detonando explosivo em Brasília