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O quilo do feijão-carioca já custa R$ 9,29 na capital paulista. Esse foi o preço que a agente de relacionamento Lecy de Nilo Rebouças, 36 anos, viu em um hipermercado da zona norte na semana passada. "E olha que estava na promoção", comenta a consumidora, que optou por um produto de marca "inferior", a R$ 7,60, para economizar nas compras.
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Na Grande São Paulo, a situação é parecida. A assessora Ana Carolina Andrade, 36, preferiu comprar feijão-preto, por R$ 4,50 o quilo, porque o carioca custava R$ 9 em um atacadista de Barueri. "Até as marcas de segunda linha estavam caras", diz.
Alguns motivos da alta são a diminuição da área de plantio e o encarecimento da saca devido à estiagem nas regiões Sul e Sudeste, que são as maiores produtoras. Na semana passada, a saca chegou a custar R$ 400, valor mais alto registrado desde julho de 2016. Naquele ano, o produto subiu 39% e os preços passaram de R$ 10.
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"A situação é grave. Não temos feijão suficiente para atender à demanda", afirma Marcelo Lüders, presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses). Como só o Brasil produz a variedade, não há como importá-la.O feijão-carioca foi um dos principais responsáveis pela alta de 0,32% no IPCA (inflação oficial, medida pelo IBGE) de janeiro. No primeiro mês do ano, o produto teve alta de 18,35%, na comparação com dezembro de 2018.
Pelo Índice de Custo de Vida do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), só na capital paulista, o aumento médio do produto foi de 28,71% no primeiro mês do ano e de 32,06% no acumulado em 12 meses.
"Já se começa a sentir os efeitos da safra", explica Thiago Berka, economista da Apas (Associação Paulista de Supermercados). Na avaliação do especialista, porém, como o reajuste está ocorrendo após baixas seguidas, estamos longe do patamar de 2016 e os preços salgados que os consumidores já estão encontrando não se justificam. "Não é para tanto. O preço médio, no estado, foi R$ 4,23 em janeiro", afirma.
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De acordo com o presidente do Ibrafe, os aumentos devem continuar até o mês de abril, quando entra a segunda safra. A dica agora é optar pelo feijão-fradinho, já que o feijão-preto também deve ficar mais caro.
CESTA BÁSICA
O feijão-carioca foi o principal responsável por pressionar a alta da cesta básica na cidade de São Paulo, de acordo com pesquisa de preços feita pelo Procon-SP em parceria com o Diesse (departamento de estatísticas).
A cesta subiu 1,35% entre 8 e 14 de fevereiro. O preço médio, que no dia 7 estava em R$ 705,82, passou para R$ 715,34, em 14 de fevereiro. Segundo o levantamento, o quilo do feijão-carioca subiu 22,47% na semana e foi o maior aumento da cesta básica. As outras altas foram da batata, com elevação de 6,65%, da dúzia de ovos (+3,71%), do presunto fatiado (+3,53%) e do pote de 250 g de margarina (+2,83%). Só o setor de alimentação subiu 1,65%. Limpeza caiu 1,05% e higiene não variou.
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Nos supermercados, o feijão-carioca foi um dos itens que fez a inflação subir em janeiro, segundo dados da Apas (Associação Paulista de Supermercados). Ante dezembro, a alta de preços no setor foi de 1,01%.
De acordo com a pesquisa, o valor do feijão subiu 16% só em janeiro. Se for considerado também o de dezembro, que foi de 11%, a evolução nos últimos 12 meses chegou a 19% de aumento.
"Vale destacar que, até o final do mês passado, havia deflação de 3% no preço do feijão nos últimos 12 meses. Como é um produto culturalmente de difícil substituição ao brasileiro e, para muitas famílias, um alimento padrão e indispensável, fica muito difícil cortar ou diminuir o produto no dia a dia", explica Thiago Berka. Com informações da Folhapress.
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