Fórum Mundial de Mídia Livre discute o direito à comunicação

Para discutir o direito à comunicação e à liberdade de expressão, cerca de 300 comunicadores, blogueiros e representantes de movimentos sociais de diversos países participaram hoje (22) da abertura da 4ª edição do Fórum Mundial de Mídia Livre (FMML), na Universidade El Manar, em Túnis, capital da Tunísia.

© Reuters

Mundo Tunísia 22/03/15 POR Agência Brasil

O FMML é um evento paralelo ao Fórum Social Mundial, que ocorrerá no mesmo local, entre os dias 24 e 28 de março.

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O principal objetivo do encontro é aprovar a Carta Mundial da Mídia Livre, com princípios e ações estratégicas para promover uma comunicação democrática e as mídias livres em todo mundo. O documento será lançado na Assembleia de Convergência pelo Direito à Comunicação, no sábado (28), quando todos os segmentos que debatem o tema se reúnem para definir compromissos.

A coordenadora do Intervozes, coletivo pela democratização da comunicação, Bia Barbosa, que participou do debate sobre a luta por uma outra comunicação e sobre a carta, disse que os ativistas defendem um sistema midiático que garanta a diversidade e a pluralidade de vozes. “Infelizmente, a gente vive hoje no mundo todo um cenário de grande concentração da propriedade dos meios de comunicação, de fragilidade e de desmonte das mídias públicas e ainda de muita criminalização das mídias comunitárias. Sem falar de uma dificuldade enorme em várias regiões do mundo da garantia do acesso à internet e à informação”.

Segunda Bia, o documento – em elaboração desde o último FMML, em 2013, que também ocorreu em Túnis - tem como alguns dos eixos centrais a mobilização pela existência de marcos regulatórios que promovam a diversidade e a pluralidade nos meios de comunicação, a universalização da internet e o incentivo às rádios comunitárias. “É fundamental ter essa Carta da Mídia Livre como um instrumento para reivindicar um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil”.

Bia, que também é integrante da comissão organizadora do FMML, destacou que o fórum, que teve início quatro dias depois do atentado no Museu do Bardo, na capital tunisiana e matou 22 pessoas, levou os tunisianos a colocarem em pauta a preocupação com uma mídia que promova a tolerância. O atentado foi reivindicado pelo Estado Islâmico. Apesar do ataque, não se percebe um clima de intranquilidade nas ruas, mas a segurança foi reforçada em pontos estratégicos, como o aeroporto de Túnis.

Fundador e presidente emérito da Inter Press Service, agência internacional de jornalistas colaborativa, o italiano Roberto Savio ressaltou que o Fórum Social Mundial ocorrido em Túnis, em 2013, foi importante para o processo de transição democrática no país que é berço da Primavera Árabe, a série de revoltas populares em 2011 que derrubou governos ditatoriais. A Tunísia é considerada o único caso de sucesso entre os países da Primavera Árabe e vem consolidando sua democracia. O país promoveu eleições parlamentares e presidenciais no ano passado.

Para Savio, o encontro em Túnis, em 2013, foi importante para fortalecer a sociedade civil do país, condição fundamental para o processo de consolidação democrática.

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