© Gil Leonardi/Imprensa MG
Depois da tragédia que matou ao menos 169 pessoas e deixou 141 desaparecidos, com o rompimento de barragens na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), e de três evacuações que deixaram pessoas fora de casa por riscos de novos rompimentos, o governador Romeu Zema (Novo) disse temer uma desestruturação do setor de mineração em Minas Gerais.
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"Não é fácil lidar com um problema desses, porque não podemos expor ninguém a risco, mas também não podemos parar uma atividade tão relevante para o estado. Teremos que encontrar uma solução que concilie segurança, que é primordial, com viabilidade de atividade minerária", afirmou ele.
A declaração foi feita durante anúncio de repasses de R$ 196 milhões do ministério da Saúde ao estado, na presença do ministro Henrique Mandetta (DEM), nesta segunda-feira (18). Destes, R$ 4 milhões serão destinados a Brumadinho e outros 17 municípios da região.
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Zema disse que o governo irá montar um grupo com representantes do setor da mineração para discutir os próximos passos, além de equipes das secretarias de meio ambiente e desenvolvimento econômico e de representantes do governo federal.
Segundo reportagem da rádio Itatiaia, o governador disse ainda que, depois de Brumadinho, atestar a segurança de barragens em Minas Gerais virou uma "batata quente" que ninguém quer ter em mãos.
"Como sabemos, era uma barragem já desativada que não recebia resíduos há anos e o que aconteceu ali foi como se um morto saísse andando. Se o morto sai andando, o que dizer dos vivos, que são barragens que estão recebendo rejeitos?", declarou ele, de acordo com a emissora.
No sábado (16), cerca de 200 pessoas tiveram de deixar suas casas em Macacos, distrito de Nova Lima, na região metropolitana da capital mineira, por alerta de risco em duas barragens da Mina Mar Azul, também da Vale. A terceira evacuação ocorrida no estado desde a tragédia em Brumadinho, no dia 25 de janeiro.
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Durante o fim de semana, foi cobrado posicionamento do governador. Zema se manifestou na segunda, por meio de nota, dizendo que "embora seja um inconveniente para os afetados, a medida preventiva visa salvar vidas" e reforçando que o estado seguirá trabalhando pela segurança das famílias que vivem próximas às barragens. Com informações da Folhapress.