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Uma festa de recepção para calouros da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) terminou com estudantes agredidos por policiais militares na noite desta segunda-feira (18).
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As vítimas ouvidas pela reportagem relataram que foram atingidas na rua por golpes de cassetete e jatos de spray de pimenta no rosto.
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O conflito teve início por volta das 23 horas na rua ministro Godói, em Perdizes, na zona oeste da capital paulista. O local é conhecido pela concentração de bares que são muito frequentados pelos universitários da PUC.
No local, os universitários disseram que realizavam um encontro informal com os novos colegas após a recepção oficial da instituição. O evento, organizado pelos centros acadêmicos e pelas atléticas da universidade, atraiu uma centena de alunos que tomaram o asfalto para beber cerveja.
(Foto: Arquivo pessoal)
Martim Landgraf, 19, foi um dos que saíram do local com marcas das agressões nas costas e nos braços. Estudante do 4º semestre de direito, Landgraf disse que a Polícia Militar pode ter sido acionada por alguém que se sentiu incomodado com o barulho.
Segundo o estudante, um morador de um prédio ao lado do bar onde ele estava jogou água na calçada durante o evento. "Mas naquela hora já nos preparávamos para ir embora porque os bares já estavam fechando", informou.
O estudante da PUC disse que, depois disso, um grande contingente de policiais, incluindo agentes da Rota (grupo de elite da corporação), chegou ao local "jogando spray de pimenta em todo mundo". Ele afirmou ainda que os PMs deram três voltas na quadra para dispersar o grupo.
"Foi na terceira volta que fui espancado. Fui ajudar um amigo meu que começou a apanhar do nada e acabei espancado junto. Esse meu amigo perdeu os óculos e o celular no tumulto", disse o estudante.
Outro estudante da PUC, que também cursa direito, disse que ouviu dos policiais enquanto era agredido que todo mundo "deveria apanhar, sair dali molhado e machucado." "Isso assusta porque não é uma conduta que se espera de um agente público", afirmou o universitário que conversou com a reportagem na condição de anonimato.
"Foi horrível ver os meus amigos no chão chorando desesperados com a atitude truculenta dos policiais", ressaltou o aluno.
Os estudantes agredidos que conversaram com a reportagem afirmaram que ainda analisam quais medidas tomarão sobre o caso. Até esta publicação, eles não haviam registrado queixa na Polícia Civil.
A PUC, por meio da assessoria de imprensa, disse que vai apurar os atos de violência contra seus estudantes. A instituição também informou que as vítimas precisam registrar uma denúncia na ouvidoria ou na Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias para a universidade cobrar responsabilidades da Polícia Militar na Justiça.
A Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, ambas sob a gestão de João Doria (PSDB), também foram procuradas, mas não responderam. Com informações da Folhapress.