© Divulgação / Casa Civil
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quinta-feira (21) que o presidente Jair Bolsonaro avaliará a situação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, caso apareça seu envolvimento direto no esquema de candidaturas laranjas do PSL, revelado pela Folha de S.Paulo.
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Em entrevista à Rádio Gaúcha, ele ponderou, no entanto, que, neste momento, a intenção não é demiti-lo. Onyx disse que Bolsonaro acompanha com atenção a apuração sobre o caso e defendeu que, antes de se tomar uma decisão, é preciso "dar o tempo para que os esclarecimentos venham a público".
"O governo federal observa e acompanha, mas não tem nada nesse sentido [demissão] neste momento", disse Onyx. "Se houver algo de gravidade, de responsabilidade direta do ministro, o presidente vai analisar e tomar a sua decisão", acrescentou.
A Folha de S.Paulo revelou no início do mês que o ministro patrocinou um esquema de candidaturas laranjas em Minas Gerais que direcionou verbas públicas de campanha para empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara dos Deputados.
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Candidata nas últimas eleições a deputada estadual pelo PSL de Minas Gerais, a professora aposentada Cleuzenir Barbosa afirmou ter havido um esquema de lavagem de dinheiro público pela sigla no estado.
Ela entregou ao Ministério Público mensagem em que um assessor de Álvaro Antônio cobrava a devolução de verba pública de campanha para destiná-la a uma empresa ligada a outro assessor do político.
O envio do texto da reforma previdenciária na quarta-feira (20) deu sobrevida ao ministro. Com a queda na segunda-feira (18) de Gustavo Bebianno (Secretaria Geral), o presidente está convencido, segundo integrantes de sua equipe, de que não deve criar mais uma pauta negativa neste momento.
A avaliação é de que uma nova demissão neste momento poderia sinalizar ao Poder Legislativo o enfraquecimento da gestão federal, criando condições para que deputados da futura base aliada já iniciem movimento para alterar pontos importantes da iniciativa.
Além disso, o Palácio do Planalto teme que uma exoneração de outro filiado ao PSL, na sequência da demissão de Bebbiano, possa criar um novo mal-estar com a bancada federal do partido, insatisfeita com a maneira como o ex-ministro foi afastado.
Assim, mesmo com a situação delicada de Marcelo Álvaro, a orientação neste momento é mantê-lo no cargo, pelo menos até que a repercussão da saída de Bebianno se dissipe.
Apesar da sobrevida, militares e auxiliares do governo defendem, em caráter reservado, que, passada a espécie de quarentena, o ministro deve ser demitido em uma tentativa de afastar do Palácio do Planalto a crise das candidaturas laranjas, evitando que novos desdobramentos prejudiquem o presidente.