PGR reitera ao Supremo que receba denúncia contra 'quadrilhão do MDB'

Entre os denunciados estão os senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA)

© Adriano Machado / Reuters

Política INVESTIGAÇÃO 21/02/19 POR Estadao Conteudo

Em manifestação ao Supremo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reiterou pedido de recebimento da denúncia contra sete políticos do MDB por organização criminosa. Entre os denunciados estão os senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA), além do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, do ex-senador e ex-presidente José Sarney e os ex-senadores Valdir Raupp, Romero Jucá e Edison Lobão.

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O grupo foi acusado de desviar recursos públicos em um esquema que teria envolvido outras duas legendas, o PT e o PP, no âmbito da administração Pública.

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O documento enviado ao relator do caso do STF, ministro Edson Fachin, ocorre em resposta à defesa prévia apresentada pelos sete denunciados.

O pedido é para o prosseguimento da ação e, no mérito, pela condenação dos envolvidos "considerando a participação de cada um no esquema".

Na peça, que tem 50 páginas, Raquel rebate as alegações dos denunciados, como a de que "a denúncia é inepta", de que houve "cerceamento da defesa" e de que o fato denunciado "já é objeto de ação penal em curso".

A procuradora-geral afirmou que "a denúncia descreveu, de forma detalhada, clara e objetiva, o papel de cada um na organização criminosa, permitindo a compreensão das imputações feitas, o que possibilitou o exercício da ampla defesa".

"No ponto, é fundamental destacar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, inclusive, considera que, especialmente em crimes complexos e cometidos por várias pessoas, como no caso dos autos, não se faz necessária uma exposição pormenorizada, em todas as suas peculiaridades, da conduta de cada um dos envolvidos", afirma Raquel.

Sobre o caso - Apresentada em setembro de 2017, a denúncia descreve um esquema que gerou "vantagens indevidas" aos envolvidos na ordem de R$ 864,5 milhões no período entre 2004 e 2014.

"O dinheiro desviado tinha como origem os cofres da Transpetro - à época chefiada por Sérgio Machado - e da Petrobras", afirma a Procuradoria.

Para viabilizar o desvio dos recursos públicos, foram firmados contratos fictícios no âmbito das diretorias de Abastecimento e Internacional, segundo a denúncia.

De acordo com a acusação, os sete políticos do MDB "integravam o núcleo político da organização criminosa, que contava ainda com os núcleos econômico, administrativo e financeiro".

Outro lado

Todos os políticos citados na denúncia da Procuradoria, exceto Sérgio Machado, que fez delação premiada, negam enfaticamente envolvimento com atos ilícitos e recebimento de propinas.

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