Desativação do Minhocão divide especialistas e moradores

A degradação da área sob o viaduto, úmida e escura e onde se concentram moradores de rua e usuários de drogas, é outra preocupação

© Agência Brasil

Brasil são paulo 22/02/19 POR Estadao Conteudo

A proposta da Prefeitura de São Paulo de desativar e transformar em parque o Elevado João Goulart, o Minhocão, divide especialistas e moradores da região. Se por um lado, a proposta atende à parte de cima do viaduto, já usada para o lazer pelos paulistanos nos fins de semana, por outro, ainda há dúvidas sobre as vantagens na área sob o concreto e aos prédios do entorno.

PUB

Para o professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) Renato Cymbalista, a construção da estrutura, na década de 1970, foi uma "aberração urbanística". Nos últimos anos, diz ele, decisões "corajosas", como a extensão do tempo de uso da via para pedestres à noite e nos fins de semana, mudaram o foco dos veículos para as pessoas. O novo projeto também teria essa característica. "A ideia é fazer o parque e depois ver o que acontece com os carros."

Colecionador brasiliense doa 2 mil insetos ao Museu Nacional do Rio

O engenheiro de trânsito Sergio Ejzenberg já prevê problemas. Segundo ele, veículos que circulam no viaduto vão engrossar o congestionamento na região. "O fluxo vai ser deslocado para outras áreas." Se a estrutura fosse desmontada, diz Ejzenberg, avenidas embaixo poderiam ser remodeladas, com mais faixas para carros e o aumento do uso de bicicletas. Mas, com a manutenção dos pilares de concreto, não sobra espaço para essa possibilidade.

A degradação da área sob o viaduto, úmida e escura e onde se concentram moradores de rua e usuários de drogas, é outra preocupação. "Manter a estrutura vai pressupor um projeto de iluminação cuidadoso", diz Cymbalista. Para ele, porém, a retirada dos carros abre novos horizontes. "(É possível) estreitar a pista em alguns lugares, para que se aumente a distância entre o parque e os edifícios, fazer buracos", exemplifica.

Já Francisco Machado, do Movimento Desmonte Minhocão, não vê benefícios para a parte inferior e prevê novos problemas na de cima. "Vamos ter a grave possibilidade de uma cracolândia suspensa", diz ele, que também teme a falta de manutenção da via. Hoje, o Minhocão tem pontos de infiltração e alagamentos. O grupo defende o desmonte da estrutura sob o argumento de que moradores de prédios vizinhos perderam a privacidade e ganharam dor de cabeça. "Querem colocar milhares de pessoas olhando para dentro dos apartamentos."

Já quem defende o parque suspenso, porém, entende que ele já ganhou os paulistanos. "A população se apropriou do espaço", diz Athos Comolatti, fundador da Associação Parque Minhocão. O grupo, diz, não participou do novo projeto, mas aprova a proposta. "Para conseguir o que conseguimos hoje, tivemos de focar na parte de cima. Uma coisa de cada vez." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Tragédia Há 20 Horas

Sobe para 14 o número desaparecidos após queda de ponte

fama Realeza britânica Há 3 Horas

Rei Chales III quebra tradição real com mensagem de Natal

fama Hollywood Há 23 Horas

Autora presta apoio a Blake Lively após atriz acusar Justin Baldoni de assédio

mundo Estados Unidos Há 23 Horas

Policial multa sem-abrigo que estava em trabalho de parto na rua nos EUA

esporte Futebol Há 23 Horas

Ex-companheiros ajudam filho de Robinho, que começa a brilhar no Santos

fama Televisão agora mesmo

Fernanda Lima diz que Globo acabou com Amor e Sexo por ser progressista

brasil Tragédia Há 22 Horas

Duas mulheres seguem em estado grave após explosão de avião que caiu em Gramado

fama Família Há 22 Horas

Está 24 horas presente, diz Iza sobre Yuri Lima, pai de Nala

fama Confusões Há 21 Horas

Famosos Problemáticos: O que os vizinhos têm a dizer

mundo Estados Unidos Há 4 Horas

Mangione se declara inocente das acusações de homicídio e terrorismo