© REUTERS / Luisa Gonzalez (Foto de arquivo)
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dois shows simultâneos marcam nesta sexta-feira (22) uma nova disputa pelo poder na Venezuela, antes da arriscada aposta da oposição de conseguir a entrada de ajuda humanitária no país, apesar do bloqueio do governo de Nicolás Maduro.
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Desde o início da manhã milhares de pessoas se reuniram em Cúcuta, cidade colombiana na fronteira com a Venezuela, para assistir ao concerto Venezuela Aid Live. A informação foi transmitida por uma rádio local, através de sua conta oficial na rede social Twitter. A mídia apontou que a maioria das pessoas que fizeram fila desde a madrugada é venezuelana.
O show começou às 10h (horário local; meio-dia em Brasília). A organização informou que pelo menos 1.500 funcionários fariam a segurança.
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O evento foi organizado pelo bilionário britânico Richard Branson e conta com a participação de 35 artistas.
O objetivo é arrecadar US$ 100 milhões para a Venezuela, que enfrenta uma intensa crise, que inclui escassez de produtos básicos e hiperinflação.
"O que já foi o país mais rico da América Latina é agora o mais pobre, e isso é inaceitável. Façamos de hoje um dia de esperança para toda a Venezuela", disse Branson no palco.
Os organizadores esperam a presença ao menos 250 mil pessoas. "Será um dia mágico", acrescentou o magnata em coletiva de imprensa prévia.
Do lado venezuelano, operários e soldados também montavam um palco, com grande dispositivo militar, para o concerto chavista, do qual foram divulgados apenas os lemas: "Para a guerra, nada" e "Hands off Venezuela" (Tirem as mãos da Venezuela).
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A lista de artistas que defenderão a mensagem do chavismo é incerta, assim como a presença de Maduro. Willie González, muito famoso nos anos 1980, rejeitou o convite do ditador venezuelano para se apresentar.
O show Venezuela Aid Live é apoiado pelo líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por quase 50 países. O encerramento do evento deve ter as presenças dos presidentes da Colômbia, Iván Duque, do Chile, Sebastián Piñera, e do Paraguai, Mario Abdo.
Branson caminhou pela ponte internacional Tienditas e viu o bloqueio realizado pelos militares venezuelanos. É por esse local que, no sábado (23), os opositores de Maduro e o governo colombiano pretendem levar 10 caminhões carregados de alimentos, kits de higiene e remédios enviados pelos EUA, a pedido de Guaidó para aliviar a crise.
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O governo de Maduro alertou que não permitirá a passagem da carga, por considerar a ajuda um pretexto para uma intervenção militar de Washington. A ponte de Tienditas foi bloqueada por militares venezuelanos com contêineres desde a semana passada.