Uruguai adverte para risco grave de guerra civil ou intervenção

O chefe da diplomacia uruguaio insistiu que o seu país "não facilitará direta ou indiretamente uma justificação para o uso da força"

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Mundo Venezuela 25/02/19 POR Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros uruguaio garantiu nesta segunda-feira (25), em Genebra, que o seu país não quer contribuir para uma polarização das posições na Venezuela, perante "o grave risco de confronto civil e militar, ou mesmo de uma intervenção estrangeira".

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No seu discurso de abertura da 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU e diante de dezenas de dignitários, Rodolfo Nin sublinhou que o Uruguai rejeita uma intervenção estrangeira na Venezuela "nos termos mais firmes" e deve, em vez disso, apostar no diálogo.

Nesse sentido, referiu as iniciativas do Grupo Internacional de Contato sobre a Venezuela, copresidido pelo Presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, e pela Alta Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Federica Mogherini.

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Esse grupo de contato, de que fazem parte o Uruguai, a Bolívia, a Costa Rica e o Equador (junto com países europeus como Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Holanda e Suécia), "é uma aposta no entendimento e na paz e a procura de uma solução política, pacífica, democrática e adequada à Venezuela".

Estes países defendem a realização de novas eleições presidenciais na Venezuela, embora Nicolás Maduro tenha até agora apenas aberto a porta a possíveis eleições legislativas.

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O chefe da diplomacia uruguaio insistiu hoje que o seu país "não facilitará direta ou indiretamente uma justificação para o uso da força, muito menos uma intervenção armada interna ou externa".

Em termos mais globais, Nin denunciou "a erosão do multilateralismo", em um momento em que "o valor dos compromissos internacionais é posto em dúvida e a eficácia do trabalho coletivo" dos países latino-americanos "é questionada".

Por sua vez, a Costa Rica criticou hoje Maduro no Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas rejeitou uma intervenção armada na Venezuela.

A primeira vice-Presidente costa-riquenha, Epsy Campbell, denunciou a "angustiante situação que a Venezuela vive e as violações de direitos humanos naquele país", embora manifestando a oposição do seu governo a qualquer intervenção militar.

"A Costa Rica rejeita qualquer curso de ação que implique o exercício da violência contra o povo venezuelano, o uso da força ou a intervenção militar", sublinhou Campbell no mesmo fórum em que na terça-feira (26) intervirá o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza.

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Campbell reafirmou o compromisso do seu país para ajudar a Venezuela a sair da "grave crise política, econômica, social e humanitária que atravessa" através "de "uma solução pacífica e negociada nos termos do direito internacional".

A vice-presidente costa-riquenha referiu-se também à crise que desde abril de 2018 atinge a vizinha Nicarágua, onde se vive "uma deterioração das instituições e uma erosão sistemática dos direitos humanos".

"A repressão seletiva, a intimidação e a criminalização minaram uma a uma as liberdades do povo nicaraguense", sustentou Campbell, recordando a perseguição de manifestantes pacíficos, jornalistas, líderes estudantis e funcionários de organizações internacionais.

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"Pedimos à comunidade internacional que recorde à Nicarágua que a principal via para a paz é sempre o cumprimento das obrigações internacionais em matéria de direitos humanos", frisou.

A governante costa-riquenha, que salientou os progressos no seu país para lidar com as minorias, como a comunidade afrodescendente (a que ela pertence), defendeu ainda que "não se pode ficar em silêncio perante as tentativas de atores internacionais de destruir o multilateralismo e menosprezar as instituições". Com informações da Lusa. 

 

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