© REUTERS / Mohamed Abd El Ghany
Líderes da União Europeia e da Liga Árabe encerraram nesta segunda-feira (25) uma cúpula inédita entre os blocos, realizada em Sharm El-Sheikh, no Egito. Ao fim de dois dias de discussões, que envolveram temas como terrorismo, crises regionais e a questão palestina, foi concordado que o encontro passará a ser fixo, com a próxima edição em 2022, em Bruxelas, na Bélgica.
PUB
Os mais de 30 líderes políticos também prometeram aumentar a cooperação em várias áreas, além de ressaltarem a importância dos esforços para se alcançar a paz, em "concordância com as leis internacionais".
"Discutimos a importância de preservar a arquitetura internacional de não proliferação nuclear, prevista no Tratado de não-proliferação de armas nucleares, e o objetivo de um Médio Oriente livre de armas de destruição em massa", diz o texto final do encontro.
"Reiteramos o nosso compromisso para estabelecer uma solução com dois Estados, com base nas resoluções das Nações Unidas", completou a declaração sobre o reconhecimento do Estado da Palestina.
+ Grupo de Lima defende eleições na Venezuela e rejeita intervenção
O anfitrião da reunião, o presidente do Egito, Abdul Fatah al Sisi, disse que foi "uma cúpula histórica", com uma discussão "aberta e frutífera". No entanto, ele admitiu que existem "diferenças" de análise entre os europeus e os árabes em relação ao motivo das crises regionais e nas formas de abordá-las, assim como para a aplicação da pena de morte. O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, teve um encontro bilateral com Sisi durante a cúpula, durante o qual falou sobre as investigações do assassinato do jovem italiano Giulio Regeni em 2016, no Egito, caso considerado ainda "uma ferida aberta".
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou, por sua vez, que é preciso trabalhar com mais unidade e de forma mais coletiva para dar resposta à crise de fome, ao conflito, ao terrorismo e ao deslocamento de pessoas, entre eles o tráfico de seres humanos.
+ Oposição britânica vai apoiar novo plebiscito sobre brexit, diz líder
Além disso, Tusk afirmou que a UE e a Liga Árabe estão "determinados" a melhorar os esforços para preservar a ordem internacional e a legalidade.
O documento final foi estabelecido depois que os líderes europeus e os árabes não conseguiram chegar a um acordo de declaração em uma reunião preparatória que aconteceu em Bruxelas, no princípio de fevereiro. Por isso, a cúpula era vista com ceticismo. (ANSA)