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LUCAS NEVES - PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta terça-feira (26) que o Parlamento poderá se pronunciar sobre um eventual adiamento do Dia D do brexit, hoje programado para 29 de março. Trata-se de uma reviravolta no discurso da chefe de governo, que vinha negando essa possibilidade havia meses.
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Em pronunciamento no plenário, ela fixou um calendário de votações para o Legislativo. A primeira dirá respeito à nova versão do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), e a líder conservadora se comprometeu a realizar a consulta até 12 de março.
Caso o texto revisado (cujo teor por ora é desconhecido) seja rejeitado pelos parlamentares, o governo perguntará a eles se concordam com um "divórcio litigioso" da Europa, ou seja, sem qualquer acordo. Essa votação, segundo May, aconteceria em 13 de março, no mais tardar.
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"Então, o Reino Unido só sairá em 29 de março sem um pacto se houver consentimento explícito desta Casa a esse cenário", sublinhou ela.
Nos últimos dias, vários ministros de May vinham ameaçando pedir demissão caso ela não descartasse a hipótese de o país se desligar abruptamente da UE.
A terceira possível votação é a que trataria do adiamento do adeus ao consórcio europeu.
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Se o Parlamento tiver se oposto ao "no deal" (separação sem acordo), o governo proporá em 14 de março a extensão "por um período curto e limitado" do intervalo de negociação definido no artigo 50 do Tratado da União Europeia, que rege processos de desligamento de países.
É esse artigo que fixa dois anos de conversas formais, prazo a se extinguir em 29 de março.
May afirmou que, caso seja esse o caminho escolhido pelo Legislativo, ela levará a proposta à UE, que precisa aprovar a prorrogação de forma unânime -trata-se de um colegiado de mais 27 países, não custa lembrar.
"Permitam-me deixar claro: não quero que o artigo 50 seja estendido", ponderou a conservadora. "Nosso foco absoluto [do governo] deve ser continuar a trabalhar para um acordo e para uma saída em 29 de março."
Um adiamento do brexit para além do fim de junho, apontou May, criaria embaraços ao Reino Unido e à UE, já que a nova legislatura do Parlamento Europeu inicia seus trabalhos no começo de julho.
Se a essa altura o país ainda fizer parte do grupo, deverá ter uma bancada na Casa -e, portanto, deverá ter organizado no fim de maio eleições europeias para apontar seus representantes.
"Que mensagem isso passaria aos mais de 17 milhões que votaram para sairmos da UE quase três anos atrás [no plebiscito de junho 2016]?", indagou May, frisando que qualquer adiamento concedido pela UE seria filho único, não se repetiria. Com informações da Folhapress.